A gestão de Ronaldo na Sociedade Anônima do Futebol do Cruzeiro pretende cortar dois terços da folha salarial, segundo reportagem da ESPN. De acordo com a publicação, a política faz parte de uma redução de custos que permita o sucesso futuro da empreitada. “Quem não topar a ideia terá seu contrato rescindido”, diz a matéria assinada pelo jornalista Pedro Ivo Almeida.

Pessoas que participam diretamente do comitê de transição afirmaram à ESPN que os contratos atuais são “impagáveis” e “irresponsáveis”. O grupo pretende apresentar comunicados semanais a torcedores e opinião pública para explicar que o corte inicial será fundamental para viabilizar o investimento milionário em médio prazo.

Conforme a ESPN, não está nos planos de Ronaldo desistir de comprar 90% das ações do Cruzeiro ao término da diligência de 120 dias. Todavia, profissionais de confiança do Fenômeno vão analisar a gestão financeira, contábil e fiscal, trabalhista, previdenciária, jurídica e tecnológica da instituição antes de celebrarem o acordo de aquisição.

É provável ainda que Ronaldo opte pela saída do técnico Vanderlei Luxemburgo, assim como fez ao não contratar Alexandre Mattos para a diretoria de futebol. A informação é de que o treinador não tem prestígio com os dirigentes que estarão no clube. O favorito a assumir o cargo de executivo é Alexandre Pássaro, de 32 anos, ex-São Paulo e Vasco.

O Superesportes apurou nesta segunda-feira que até mesmo os contratos dos nove jogadores anunciados para 2022 passarão por avaliação e poderão ter condições alteradas. Eventuais divergências podem resultar em distratos.

Até o momento, o Cruzeiro fechou com nove reforços para 2022 - o goleiro Jaílson (Palmeiras); o lateral-direito Pará (Santos), os zagueiros Maicon (Al-Nassr, da Arábia Saudita) e Sidnei (Betis, da Espanha); os meio-campistas Filipe Machado (Grêmio), Pedro Castro (Botafogo), Fernando Neto (Vitória) e João Paulo (Atlético-GO); e o atacante Edu (Brusque). O clube ainda renovou com o goleiro Fábio e o meia Giovanni.

A proposta do Fenômeno prevê aporte de R$ 400 milhões no Cruzeiro nos próximos anos. Além desse recurso, o clube continuará com as receitas oriundas do futebol, como cotas de televisão, premiações, patrocínios, publicidade/marketing, bilheteria, sócio-torcedor, vendas de direitos econômicos de jogadores, royalties e licenciamentos.

Em contrapartida, a empresa de Ronaldo será responsável solidária à dívida de R$ 1 bilhão da associação civil do Cruzeiro, tendo que repassar 20% das receitas mensais e 50% de um eventual lucro anual. A ideia é pleitear descontos e quitar o passivo em 10 anos - ao menos 60% nos seis primeiros e o restante nos quatro últimos.