O Cruzeiro se comprometeu a pagar nesta quarta-feira (22) os R$600 mil referentes à contratação do atacante Edu, de 28 anos, artilheiro da Série B de 2021 pelo Brusque, com 17 gols em 33 jogos. Ao menos é essa a expectativa do diretor executivo do clube catarinense, André Rezini. Em contato com o Superesportes, ele afirmou que não houve nenhuma alteração na negociação, em que pese as mudanças na gestão da Raposa com a venda de 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol ao ex-jogador Ronaldo.
“As tratativas que já foram feitas e apresentadas oficialmente, com contrato assinado, acho que não serão desfeitas. Mas, de qualquer maneira, vamos aguardar o pagamento. Se pagar, está feito. Se não pagar, provavelmente não acontece, não sei. Até o momento, ninguém falou uma vírgula. Está tudo assinado, tudo 100%, e vamos aguardar o pagamento”.
Também à reportagem, o executivo Alexandre Mattos, responsável por conduzir o processo de Edu e de outros oito jogadores, reiterou o compromisso firmado pelo clube com os atletas.
“Cem por cento dos jogadores contratados neste mês, já anunciados pelo Cruzeiro, vieram na confiança comigo. Mas todos já têm contrato assinado. E sobre o que estava em andamento, tinha ainda uma ou duas situações”.
Mattos tomou conhecimento de que não será o diretor de futebol do Cruzeiro em 2022 nessa terça-feira. Até a noite de segunda, o presidente Sérgio Rodrigues e as pessoas que intermediaram a negociação com Ronaldo garantiram ao dirigente que ele estaria no projeto na próxima temporada.
Além de Edu, Alexandre fechou com o goleiro Jaílson (ex-Palmeiras); o lateral-direito Pará (ex-Santos); os zagueiros Sidnei (ex-Betis, da Espanha) e Maicon (ex-Al-Nassr, da Arábia Saudita); e os meio-campistas Filipe Machado (ex-Grêmio), Fernando Neto (ex-Vitória), Pedro Castro (ex-Botafogo) e João Paulo (ex-Atlético-GO).
Contratações confirmadas do Cruzeiro para 2022
O Cruzeiro só poderá registrar os reforços no Boletim Informativo Diário da CBF a partir do momento em que pagar mais de R$ 20 milhões de dívidas que ocasionaram o transfer ban na Fifa. O clube deve o Defensor, do Uruguai, e o Mazatlán, do México (antigo Monarcas Morelia), pela compra dos direitos econômicos de Arrascaeta e Riascos, em 2015.
A expectativa é que esse problema seja solucionado por Ronaldo, que aportará R$ 400 milhões no Cruzeiro por meio de sua empresa, a Tara Sports, pelos próximos anos. É provável que o ex-camisa 9 conte com a participação de investidores ocultos no processo.
Ao adquirir 90% do Cruzeiro, Ronaldo decidirá o destino das receitas do futebol: televisão, premiação, patrocínio, publicidade/marketing, produtos licenciados, vendas de direitos econômicos de jogadores, etc.
Já a associação civil, dona de 10% da SAF, continuará com 100% dos patrimônios, como as Tocas da Raposa I e II, o prédio onde funcionava a sede administrativa na Rua dos Timbiras, em Belo Horizonte, e os clubes de lazer do Barro Preto e da Pampulha.
O Cruzeiro SAF repassará 20% de suas receitas mensais e 50% do lucro para quitar dívidas do CNPJ antigo. Ou seja, caso a empresa receba R$ 25 milhões por mês – R$ 300 milhões ao ano – R$ 5 milhões irão para o Regime Centralizado de Execuções (totalizando R$ 60 milhões).
Assim, o desafio do Cruzeiro será sempre manter uma despesa que corresponda a no máximo 80% do faturamento, de modo que o passivo da associação civil - hoje na ordem de R$ 1 bilhão - seja quitado em dez anos.
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