Vanderlei Luxemburgo terá a permanência no Cruzeiro avaliada por Ronaldo Fenômeno (Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)


Novo acionista majoritário do Cruzeiro, o ex-jogador Ronaldo avaliará a continuidade do técnico Vanderlei Luxemburgo em 2022. Existe a possibilidade de o investidor optar por um profissional mais jovem e que se encaixe com a identidade estabelecida pelo clube.




Contratado em agosto de 2021, Luxa contabilizou oito vitórias, 11 empates e quatro derrotas em 23 jogos na Série B. Ele tirou a Raposa da zona de rebaixamento à Terceira Divisão e encerrou em 14º, com 48 pontos.

Em 26 de novembro, o Cruzeiro anunciou a renovação contratual com Vanderlei Luxemburgo até dezembro de 2022, com prorrogação automática para 2023 em caso de acesso à Série A.

Nos bastidores, ele trabalhou em conjunto com o diretor de futebol Alexandre Mattos na busca por reforços e na definição sobre os atletas do elenco que seriam aproveitados em 2022.




A Raposa fechou com o goleiro Jaílson, o lateral-direito Pará, os zagueiros Sidnei e Maicon; os meio-campistas Filipe Machado, Pedro Castro, João Paulo e Fernando Neto; e o atacante Edu.

Até a noite dessa segunda, o presidente Sérgio Santos Rodrigues e as pessoas que intermediaram a negociação com Ronaldo garantiram a Mattos que ele estaria no projeto para 2022. Nesta terça-feira, porém, o diretor recebeu o aviso de que não assumiria mais a pasta.



Com a saída de Mattos, Luxa tem a permanência incerta na Toca. Campeão mineiro, da Copa do Brasil e do Brasileirão de 2003, o treinador de 69 anos contabilizou 82 vitórias, 36 empates e 31 derrotas em 149 jogos pelo clube.




Em entrevista ao podcast Flow Sport Club antes da notícia da aquisição da SAF do Cruzeiro, Ronaldo falou sobre o perfil de técnico passado ao ex-zagueiro Paulo André, gerente-geral do Valladolid, da Espanha, do qual o ex-camisa 9 da Seleção Brasileira é dono de 82% das ações.

“O trabalho do dirigente na hora de contratar um treinador é importantíssimo. O treinador normalmente vem e já tem aquela ideia de que: ‘eu vou e farei tudo do meu jeito’. Mas acho que os clubes cada vez mais têm que buscar a identidade e as características de um treinador que o clube quer”.

“No diagnóstico que fiz com o Paulo André, ele chegou para mim e perguntou: ‘como você quer que seu time jogue?’. Eu disse: quero que meu time jogue para frente, seja vertical, compacto, saia em contra-ataque, tenha jogadores rápidos e características que o clube pode determinar para entregar ao treinador. Quero que meu time jogue para frente, seja protagonista, ter a posse de bola, fazer muitos gols, sofrer menos, me divertir, que a torcida se divirta”.




“Há várias coisas que você pode pedir ao treinador. É uma busca complicada. No Brasil, do jeito que fazem, ninguém faz isso. Mandam embora um, outro, só vão trocando. Ninguém chega ali: ‘amigão, quero que meu time jogue assim, que a torcida fique feliz e se divirta’. Não tem”.