O 4 de dezembro de 2011 entrou para a história do futebol mineiro. A data povoa o imaginário do torcedor, especialmente do celeste. Naquela tarde de domingo na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, o Cruzeiro goleou o Atlético por 6 a 1 cravando a maior goleada da Raposa em cima do Galo. De quebra, o time azul ainda escapou do rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro. 

Era a 38ª e última rodada do Nacional. O Cruzeiro precisava vencer para se livrar do que seria, naquela época, a inédita queda para a Segundona. A luta estava acirrada. Com 40 pontos, o Cruzeiro tinha como adversários na briga contra o descenso o Ceará (17º lugar, com 39) e Atlético-PR (18º, com 38). O Atlético já havia escapado na rodada anterior graças à vitória sobre o Botafogo, por 4 a 0. 

A semana que antecedeu o clássico foi de grande expectativa para os dois lados. O time preto e branco queria rebaixar o rival, tanto que a torcida se movimentou para tal incentivando o elenco. Já o clube azul tinha como objetivo evitar o rebaixamento a todo custo já que sabia que seria mais do que especial para os atleticanos. Até aquela data, somente o Atlético havia disputado a Série B, em 2006, quando foi campeão. 

 

Raposa domina as ações  

Veio então o esperado - e temido - dia. Quem criou a expectativa por uma partida disputada e equilibrada se surpreendeu. Numa tarde inspirada, o Cruzeiro dominou todas as ações do início ao fim. 

A tensão no estádio, que tinha torcida única celeste, durou apenas até os 9 minutos do primeiro tempo. O meia Roger, hoje comentarista dos canais Globo, balançou as redes. Ele substituía o ídolo argentino Montillo, que estava suspenso. O volante Leandro Guerreiro ampliou de cabeça, aos 28 minutos. A primeira etapa ainda teria os gols do atacante Anselmo Ramon, aos 33 minutos, e do volante Fabrício, aos 45. 

Com a partida decidida, a tensão de início dos cruzeirenses deu lugar à euforia no segundo tempo. Mas nem o mais otimista imaginava o que estava por vir. O atacante Wellington Paulista fez o quinto aos 11 minutos. O zagueiro Réver, do Atlético, diminuiu aos 15. Everton, que entrou no lugar do Paulista, fechou a goleada nos acréscimos: 6 a 1. 

Os quase 19 mil torcedores celestes presentes na Arena do Jacaré foram ao êxtase. Era uma mistura de alegria e alívio com o não rebaixamento do Cruzeiro, que usou a camisa branca, a da sorte, naquela "decisão". 

O Ceará perdeu para o Bahia (2 a 1) e foi rebaixado. O Vozão teve a companhia do Athletico-PR que, mesmo vencendo o clássico contra o Coritiba, por 1 a 0, não se livrou da queda. América e Avaí já entraram na rodada final sem chances de seguir na Série A. 

CRUZEIRO 6 X 1 ATLÉTICO

Cruzeiro

Rafael; Leo, Naldo, Victorino e Diego Renan; Fabrício, Leandro Guerreiro, Charles (Farías) e Roger (Ortigoza); Wellington Paulista e Anselmo Ramon (Everton)

Técnico: Vágner Mancini

Atlético

Renan Ribeiro; Serginho (Magno Alves), Réver, Leonardo Silva (Werley) e Richarlyson; Pierre, Filipe Soutto, Carlos César e Daniel Carvalho; Bernard e André

Técnico: Cuca

Data: 04/12/2011 (domingo)

Motivo: 38ª rodada do Campeonato Brasileiro 2011

Local: Arena do Jacaré, em Sete Lagoas-MG

Árbitro: Marcelo de Lima Henrique-RJ (Fifa)

Público: 18.500 pagantes

Renda: R$ 258.564,50