Cruzeirenses ouvidos pelo Superesportes se mostraram confiantes no acesso na temporada 2022 (Foto: Tiago Mattar/Superesportes)

Nos dois anos em que disputou a Série B, o Cruzeiro jamais brigou pelo acesso. Em 2020, o time foi prejudicado pelo início com seis pontos negativos em razão de uma punição na Fifa e terminou em 12º, com 49. Em 2021, subiu provisoriamente ao 10º lugar, com 46 pontos em 35 rodadas, depois de superar o Brusque por 2 a 0, nesta terça-feira, no Mineirão. A distância para o CSA, 4º colocado, é de nove pontos.




A permanência na Segunda Divisão é um desastre para a saúde financeira do clube, que vê a dívida se aproximar de R$1 bilhão ante uma arrecadação de aproximadamente R$120 milhões. A luz no fim do túnel enxergada pela direção é a criação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) para atrair o capital de investidores e, consequentemente, viabilizar a montagem de uma equipe que retorne à elite do Campeonato Brasileiro.

Dazn

Antes de a bola rolar para Cruzeiro x Brusque, nesta terça-feira, no Mineirão, o Superesportes colheu depoimentos de torcedores sobre o insucesso em 2021 e as expectativas para a temporada 2022. O autônomo Daniel Angelim, de 31 anos, espera que a diretoria acerte no planejamento e use a reta final da Série B como laboratório. Ele também vê a SAF como a alternativa mais viável à instituição neste momento.

“O principal erro foi a falta de planejamento e decisões equivocadas em consequência disso. Diretores de futebol que não souberam distinguir o perfil do Cruzeiro, um time de Série A na Série B, contratações que não deram certo - alguns a camisa acabou pesando, outros sem qualidade. A expectativa é que para 2022 haja planejamento. Espero que o Cruzeiro se livre do rebaixamento e aproveite as últimas rodadas da Série B como laboratório para o próximo ano. Se deixar em cima da hora, o trem fica feio”.




“Apesar de eu ainda ter o pé atrás, acho que é o curso natural das coisas. Para o Cruzeiro, que se encontra no fundo do poço, a SAF inevitavelmente será o caminho certo. Acho que é o curso natural até do futebol brasileiro como um todo, com os clubes muito endividados. Que o Cruzeiro consiga planejar bem e ter profissionais capacitados para ser CEO, diretor financeiro e todos os outros cargos que vão ter. Com planejamento e boa execução, espero que o Cruzeiro volte aos trilhos do sucesso”.

O empresário Gustavo Costa Araújo, de 23 anos, crê que o retorno dos torcedores ao Mineirão será importante, porém o Cruzeiro necessita de encontrar um equilíbrio nas partes técnica, psicológica e de gestão. “Minha preocupação é o interno. Com o Mineirão de volta, com a torcida, se depender de nós, a gente sobe. Mas tem que depender deles também. Se tudo correr bem lá, aqui a gente faz a nossa parte”.

O auxiliar de esportes Rodrigo Gomes, de 18 anos, não pensa em outra coisa que não seja o retorno à Primeira Divisão. “Espero tudo que for de bom, como o acesso à Série A. Independentemente do que for, vamos sempre acompanhar o Cruzeiro, subindo ou não. Mas eu espero que suba”.




Opinião semelhante tem o gerente de produção Antônio, de 44 anos. “Vamos virar a chave, virar um clube-empresa, profissionalizar o futebol, a administração e com certeza vamos subir. É apagar esse passado recente e conseguir voltar ao que a gente sempre foi: o maior de Minas e o maior do Brasil”.

A vitória diante do Brusque por 2 a 0 reduziu de 0,77% para 0,001% o risco de queda do Cruzeiro à Série C. Praticamente livre do risco de queda, a Raposa enfrentará o Vitória no domingo, às 19h, no Barradão, em Salvador, pela 36ª rodada da Série B.