O diretor comercial da Minas Arena, Samuel Lloyd, explicou que não haverá ampliação de lugares para o jogo entre Cruzeiro e Brusque, no Mineirão, nesta terça-feira, às 21h30, pela Série B, poque não houve planejamento em conversas com o clube para lotar o estádio. De acordo com Lloyd, o grande impeditivo é a impossibilidade de recrutar mais trabalhadores em pouco tempo para o evento.
"Na semana passada, a rede social se movimentou, houve pressão da torcida, a coisa começou a tomar um corpo, e se viu que valia a pena abrir o Mineirão porque o torcedor iria ao jogo. Começamos a conversar com o Cruzeiro, mas as expectativas de ambos os lados, de Cruzeiro e Minas Arena, era que fosse um jogo de 7 mil. Abriu a venda, o movimento aumentou, passamos para 20 mil. Precisou abrir mais, passamos para 35 mil. Mas este evento está marcado um dia antes para um evento que está contratado há muito mais tempo e de casa cheia. A Minas Arena cumpre seus contratos e temos um contrato assinado há meses com o Atlético, que garante todos os jogos no estádio", disse Lloyd, em entrevista à Rádio 98FM.
Na quarta-feira, o Atlético enfrenta o Corinthians, às 19h, no Mineirão, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. A expectativa do jogo é de grande público. De acordo com Samuel Lloyd, o mercado de eventos perdeu pessoal por causa da crise e falta mão de obra. Além disso, a legislação da área exige um dia de folga para os trabalhadores entre um evento e outro.
"O fator crucial é o tempo. Se a gente tem a certeza que tem esse volume de jogos contratados, a gente vai se preparando. A surpresa para nós foi ter um jogo do Cruzeiro de casa cheia um dia antes de um jogo contratado. Se eu soubesse disso um mês antes, a gente teria intensificado o nosso recrutamento de cadastro de pessoas para planejar a operação. Este não é o caso. Até a semana passada, era uma hipótese de sete mil pessoas e de repente virou um jogo de 60 mil pessoas. É completamente diferente a escala de profissionais que você precisa para realizar".
Versão do Cruzeiro
Também em entrevista à Rádio 98FM, o diretor de Marketing e Inovação do Cruzeiro, Rodrigo Moreira, deu a versão do clube celeste e espera que a Minas Arena resolva o problema ainda nesta segunda-feira para lotar o Gigante da Pampulha no jogo contra o Brusque. Ao todo, 35 mil bilhetes já foram vendidos.
"No dia 28, a gente fez a primeira reunião no Mineirão. Qual era a situação em BH naquele momento? Não estava liberado 100% do público. A gente trabalhava com limite de 50% de público. Contra Remo e Vila Nova ainda tínhamos 50% da limitação de público. Na reunião do dia 28, sabendo do alto custo do estádio e de que não poderíamos assumir custos maiores, a discussão do retorno do Cruzeiro ao Mineirão foi de que iríamos abrir só os anéis inferiores. Já que teríamos apenas 50% de público, a gente teria 7 mil lugares, porque eram 14 mil no total. Esta era a conta de empate, para não tomar prejuízo. A gente estava na reunião e a conversa foi de que a medida de que o Cruzeiro fosse vendendo o Mineirão iria abrindo".
O Cruzeiro acredita que a Minas Arena foi mais eficiente quando o Atlético precisou jogar no Mineirão lotado. "Quando o Samuel chega e fala que precisa de dez dias para que seja comunicado e fazer uma estrutura para 60 mil, veja que o 100% de público foi liberado na segunda-feira (01/11) e dois dias depois a gente teve quase 100% em um jogo do Atlético, que passou de 50 mil pessoas. Não estou dizendo que este argumento não é verdadeiro. Mas estou falando que não fez sentido para a gente. Se a gente precisa de um tempo grande, e a liberação aconteceu na segunda e, dois dias depois, tem a venda de ingressos em número muito grande, este é um ponto que a gente não entendeu", disse Moreira.
A Minas Arena justifica que quando o Atlético enfrentou o Grêmio, pelo Campeonato Brasileiro, não houve problema na operação porque não havia um jogo no dia seguinte no estádio.
Apesar da dificuldade, o Cruzeiro espera que o Mineirão resolva o problema e aumente a capacidade de público. "O Cruzeiro espera e quer que a torcida possa lotar o estádio. Esta é nossa intenção. Desde sexta-feira que a gente foi informado de que não era possível fazer o aumento da liberação, a gente fez de tudo, ligou para a empresa de segurança do Mineirão para a gente conseguisse a liberação de pessoal para aumentar o público. Nessa conversa, ele assumiu a responsabilidade de aumentar o número de funcionários, mas depois em conversa com o Mineirão foi informado de que isso não seria suficiente. O Cruzeiro correu atrás de toda possibilidade de resolver o problema".