Torcida do Cruzeiro não poderá comprar mais de 35 mil ingressos (Foto: André Araújo/Cruzeiro)

Reportagem atualizada às 18h38

Por meio de uma nota divulgada nas redes sociais, o Cruzeiro informou que foi autorizado a comercializar apenas 35 mil ingressos para o jogo diante do Brusque, na próxima terça-feira (9), às 21h30, no Mineirão, pela 35ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.




No comunicado, o clube escreveu que a decisão passa por uma questão de "legislação específica de segurança". "Partidas consecutivas em uma arena esportiva exigem um revezamento de funcionários para segurança que, pós pandemia, BH não suporta", informou o Cruzeiro. Leia a nota, na íntegra, ao fim da reportagem.

O Superesportes apurou que o Mineirão não tem, neste momento, estrutura suficiente para receber jogos com grandes públicos em sequência. Neste domingo, o Atlético enfrentou o América pela Série A; na quarta, um dia após Cruzeiro e Brusque, o duelo do alvinegro será diante do Corinthians, também pelo torneio nacional.

Atlético e América jogaram para 60 mil pessoas neste domingo. O público esperado para o jogo diante do Corinthians é o mesmo. O Mineirão, portanto, prioriza cumprir os acordos comerciais com o Atlético, que foram celebrados antes de o Cruzeiro decidir voltar a mandar seus compromissos no Gigante da Pampulha.




Após a publicação da reportagem, o Mineirão se manifestou por meio de nota e confirmou que o jogo do Cruzeiro poderá receber no máximo 35 mil pessoas em função de uma 'restrição operacional'. A administradora do estádio também ressaltou a necessidade de cumprir os compromissos contratuais, como o que foi feito com o Atlético. Leia o comunicado completo ao fim da reportagem. 

A procura por ingressos para o jogo entre Cruzeiro e Brusque é grande. O torcedor celeste já esgotou as entradas dos setores Amarelo Inferior, Amarelo Superior e Vermelho Inferior. De acordo com o site oficial para comercialização dos bilhetes, só há entradas para o Roxo Inferior e Vermelho Superior.

Torcida cobra isonomia


Tão logo o Cruzeiro divulgou a informação nas redes sociais, os torcedores mostraram revolta. Alguns chegaram a apontar o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), que também é ex-presidente do Atlético, como culpado por uma eventual falta de isonomia. O chefe do Executivo municipal, no entanto, não participou desta tomada de decisão. 




"E Atlético x Corinthians liberou 50 mil por que então? Um dia depois do nosso... Vocês só podem estar de sacanagem", escreveu um. "Zero isonomia, zero novidade", apontou outro cruzeirense.



Veja, na íntegra, a nota divulgada pelo Cruzeiro


Nação Azul, esclarecimento importante sobre o próximo jogo:

A capacidade máxima será de 35 mil pessoas. Sim, será insuficiente para o amor manifestado aqui nesses dias (e sempre). Lamentamos demais por isso!

Importante saberem que não é uma decisão nossa e que não passa por questões comerciais com o Mineirão, mas de legislação específica sobre segurança. 

Mesmo que agendássemos antes mesmo da liberação de público nos estádios, não seria possível.

Partidas consecutivas em uma arena esportiva exige um revezamento de funcionários para segurança que, pós pandemia, BH não suporta nesse momento.




Fato que, para 2022, isso precisará ser equacionado.  Porque será um ano em que caminharemos juntos para voltarmos para onde fica incompleto sem a gente.

Veja, na íntegra, a nota divulgada pelo Mineirão


O Mineirão informa que, em conversas com o Cruzeiro, decidimos, em conjunto, realizar o jogo desta terça-feira, 9, para a capacidade de 35 mil pessoas. 

Em função da pandemia, as empresas que trabalham com eventos foram desestruturadas após meses sem trabalhar e milhares de profissionais ficaram sem emprego, até trocando de profissão. Alguns fornecedores de eventos abriram falência durante o período. A restrição operacional é necessária para que o Mineirão preste um serviço, que garanta a segurança e experiência positiva das pessoas. Disso não abrimos mão.

Para resolver o problema a empresa de segurança está com recrutamento de vigilantes aberto. Hoje, há uma carência de aproximadamente 600 vigilantes com a reciclagem em dia. Dentro das exigências legais para rodar operações maiores e sequenciais como é o caso desta semana.




O Mineirão cumpre seus compromissos contratuais, como no caso dos jogos do Atlético que foram contratados em pacote de jogos até o fim do ano, garantindo previsibilidade no planejamento.  

O Cruzeiro, ao entrar em contato conosco, sabia das possíveis limitações de agenda e de efetivo. As negociações com o clube celeste sempre foram feitas de maneira conjunta e construtiva, para as tomadas de decisões. 

Para a resolução do problema, estamos juntos com a empresa responsável pela segurança, recrutando novos  profissionais para trabalhar em nossa operação e aumentando o efetivo capaz de atender a demanda. A partir de amanhã, publicaremos no nosso site www.mineirao.com.br as informações para que os profissionais interessados nas oportunidades de trabalho se candidatem a recompor os quadros de colaboradores.