O Cruzeiro acionou a 17ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte para cobrar uma 'restituição' de R$ 278.966,03 de Humberto Magalhães Santos Pires de Sá, filho do ex-presidente Wagner Pires de Sá. O valor se refere a salários (R$ 252.780,00) e FGTS (R$ 26.186,03) recebidos pelo herdeiro do ex-mandatário celeste durante o período em que integrou a lista de funcionários do clube. A informação foi publicada por O Tempo e confirmada pelo Superesportes.
Trata-se de um pedido de reconvenção em uma ação na Justiça do Trabalho em que Humberto Pires de Sá cobra R$ 127.557,42 do Cruzeiro. Originalmente, o filho de Wagner cobra indenização referentes a salários, férias, recolhimento de FGTS e multas pelo fim do contrato. A partir de 1º de março de 2018, atuou como assessor da presidência - cargo que deixou em 6 de janeiro de 2020, depois de o pai sair do clube.
No pedido de reconvenção formalizado em 30 de setembro e ao qual a reportagem teve acesso, o Cruzeiro não apenas requer o não pagamento da quantia cobrada por Humberto Pires de Sá, como exige a restituição dos valores a ele pagos durante o período de trabalho. "A contratação do Reclamante (Humberto) se deu unicamente pelo fato de que o mesmo é filho do ex-presidente do clube, sendo fato que nenhum serviço era prestado ao Clube", lê-se no documento da defesa celeste.
"É imperioso destacar que o Reclamante jamais presto qualquer serviço ao Clube, tendo sua contratação o objetivo único e exclusive de remunerar o filho do dirigente, repita-se, sem prestar sequer nenhuma atividade laborativa a favor do clube reclamado", prossegue.
Ao longo do pedido, o Cruzeiro fala em "abuso de direito, fraude e desvio da finalidade desportiva" no processo de contratação de Humberto. O clube alega que os principais responsáveis pela crise financeira e esportiva vivenciada desde 2019 são Wagner Pires de Sá e o ex-diretor de futebol, Itair Machado.
As partes envolvidas no processo vão se encontrar em uma audiência no dia 22 de maio de 2022. Na primeira sessão, não houve acordo.
O processo
Em ação impetrada em 27 de agosto, Humberto Pires de Sá cobra indenização referentes a salários, férias, recolhimento de FGTS e multas pelo fim do contrato. O valor total da causa é de R$ 127.557,42. Na época atuando como assessor da presidência, ele se desligou do clube em janeiro de 2020, depois de Wagner deixar o cargo.
O ex-funcionário, que trabalhava na Toca da Raposa I e foi contratado em 1º de março de 2018, logo depois da posse do pai, alegou que exercia o cargo de assessor da presidência. Ele ainda solicitou pedido de justiça gratuita, justificando que não dispõe de recursos financeiros para arcar com as custas processuais. De acordo com a petição, Humberto recebia salário de R$ 12.639.
"A Reclamada (Cruzeiro) não pagou as verbas rescisórias a tempo e modo, não recolheu corretamente o FGTS, estando diversas competências em aberto, bem como não pagou corretamente o décimo terceiro e férias vencidas, conforme abaixo discriminado. Na tentativa de minimizar o prejuízo, a Reclamada voluntariamente forneceu ao Reclamante listagem de todas as verbas em aberto e não pagas, vide anexo. Isto posto, ante o descumprimento pela Reclamada da legislação laboral pátria concretiza-se a necessidade de buscar a tutela jurisdicional pela presente reclamação trabalhista", detalhou a ação trabalhista.
Na petição, Humberto Pires de Sá alega que o Cruzeiro não pagou as verbas rescisórias. Ele cobra R$ 2.527,80, valor referente ao saldo de salário, R$ 10.532,50 de férias proporcionais, R$ 3.861,92 como 1/3 das férias, R$ 13.902,90 de indenização por aviso prévio, R$ 1.053,25 por 13º salário proporcional ao aviso prévio, além de R$ 1.053,25 pelas férias sobre aviso prévio indenizado.
Ele ainda alegou na petição que o Cruzeiro não recolheu devidamente o FGTS durante o período do contrato, e que não recebeu do clube os salários de novembro de 2019, além do 13º de 2019 e o de dezembro do mesmo ano. O ex-funcionário pede multa de 50% caso os débitos não sejam quitados até a data da primeira audiência.
Wagner Pires de Sá presidiu o Cruzeiro de janeiro de 2018 a dezembro de 2019. Além da pífia campanha que levou o clube ao inédito rebaixamento à Série B do Brasileiro, a gestão ficou marcada por escândalos e denúncias de irregularidades administrativas, com a participação de empresários. Ele é investigado pela Polícia Civil após denúncia oferecida pelo Ministério Público, por falsificação de documentos, falsidade ideológica, apropriação indébita, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Trata-se de um pedido de reconvenção em uma ação na Justiça do Trabalho em que Humberto Pires de Sá cobra R$ 127.557,42 do Cruzeiro. Originalmente, o filho de Wagner cobra indenização referentes a salários, férias, recolhimento de FGTS e multas pelo fim do contrato. A partir de 1º de março de 2018, atuou como assessor da presidência - cargo que deixou em 6 de janeiro de 2020, depois de o pai sair do clube.
No pedido de reconvenção formalizado em 30 de setembro e ao qual a reportagem teve acesso, o Cruzeiro não apenas requer o não pagamento da quantia cobrada por Humberto Pires de Sá, como exige a restituição dos valores a ele pagos durante o período de trabalho. "A contratação do Reclamante (Humberto) se deu unicamente pelo fato de que o mesmo é filho do ex-presidente do clube, sendo fato que nenhum serviço era prestado ao Clube", lê-se no documento da defesa celeste.
"É imperioso destacar que o Reclamante jamais presto qualquer serviço ao Clube, tendo sua contratação o objetivo único e exclusive de remunerar o filho do dirigente, repita-se, sem prestar sequer nenhuma atividade laborativa a favor do clube reclamado", prossegue.
Ao longo do pedido, o Cruzeiro fala em "abuso de direito, fraude e desvio da finalidade desportiva" no processo de contratação de Humberto. O clube alega que os principais responsáveis pela crise financeira e esportiva vivenciada desde 2019 são Wagner Pires de Sá e o ex-diretor de futebol, Itair Machado.
As partes envolvidas no processo vão se encontrar em uma audiência no dia 22 de maio de 2022. Na primeira sessão, não houve acordo.
O processo
Cruzeiro: clubes que viveram grandes crises
O ex-funcionário, que trabalhava na Toca da Raposa I e foi contratado em 1º de março de 2018, logo depois da posse do pai, alegou que exercia o cargo de assessor da presidência. Ele ainda solicitou pedido de justiça gratuita, justificando que não dispõe de recursos financeiros para arcar com as custas processuais. De acordo com a petição, Humberto recebia salário de R$ 12.639.
"A Reclamada (Cruzeiro) não pagou as verbas rescisórias a tempo e modo, não recolheu corretamente o FGTS, estando diversas competências em aberto, bem como não pagou corretamente o décimo terceiro e férias vencidas, conforme abaixo discriminado. Na tentativa de minimizar o prejuízo, a Reclamada voluntariamente forneceu ao Reclamante listagem de todas as verbas em aberto e não pagas, vide anexo. Isto posto, ante o descumprimento pela Reclamada da legislação laboral pátria concretiza-se a necessidade de buscar a tutela jurisdicional pela presente reclamação trabalhista", detalhou a ação trabalhista.
Na petição, Humberto Pires de Sá alega que o Cruzeiro não pagou as verbas rescisórias. Ele cobra R$ 2.527,80, valor referente ao saldo de salário, R$ 10.532,50 de férias proporcionais, R$ 3.861,92 como 1/3 das férias, R$ 13.902,90 de indenização por aviso prévio, R$ 1.053,25 por 13º salário proporcional ao aviso prévio, além de R$ 1.053,25 pelas férias sobre aviso prévio indenizado.
Ele ainda alegou na petição que o Cruzeiro não recolheu devidamente o FGTS durante o período do contrato, e que não recebeu do clube os salários de novembro de 2019, além do 13º de 2019 e o de dezembro do mesmo ano. O ex-funcionário pede multa de 50% caso os débitos não sejam quitados até a data da primeira audiência.
Wagner Pires de Sá presidiu o Cruzeiro de janeiro de 2018 a dezembro de 2019. Além da pífia campanha que levou o clube ao inédito rebaixamento à Série B do Brasileiro, a gestão ficou marcada por escândalos e denúncias de irregularidades administrativas, com a participação de empresários. Ele é investigado pela Polícia Civil após denúncia oferecida pelo Ministério Público, por falsificação de documentos, falsidade ideológica, apropriação indébita, organização criminosa e lavagem de dinheiro.