Colaboraram Bel Ferraz e Guilherme Peixoto
Filas e desorganização no acesso ao Mineirão marcaram, nesta sexta-feira, o reencontro do Cruzeiro com seu torcedor. O atraso na abertura dos portões em cerca de uma hora causou indignação em quem chegou mais cedo ao estádio justamente para evitar aglomeração e cumprir o protocolo sanitário contra a COVID-19.

O volume de pessoas acabou reduzindo o critério para conferência dos exames exigidos para entrar no estádio. Funcionários foram flagrados analisando testes, mas sem compará-los com documentos de identidade. O jogo já caminhava para o fim do primeiro tempo, às 21h40, e alguns torcedores ainda buscavam o acesso ao Mineirão.

Dentro de campo, o reencontro foi positivo. Com muito barulho durante toda a partida, os cruzeirenses acompanharam a vitória celeste por 1 a 0 sobre o Confiança, com gol de Marcelo Moreno. O time chegou a sete jogos de invencibilidade na Série B do Campeonato Brasileiro - são três vitórias e quatro empates. 

A dificuldade para o cumprimento dos protocolos se deu especialmente no entorno do estádio, antes da partida. Por uma falha do Cruzeiro, os torcedores se aglomeraram em filas longas e desorganizadas para ter acesso à esplanada.

Embora a abertura dos portões estivesse marcada para as 18h30, o estádio só começou a receber os primeiros cruzeirenses por volta de 19h30. Conforme apurou o Superesportes, a concessionária que administra o Mineirão precisou assumir, na última hora, a responsabilidade de conferir os exames para COVID-19. A função deveria ter sido cumprida pelo Cruzeiro. 

"Pediram para evitar aglomeração, dizendo que estaria aberto às 18h30, mas já são 19h e olha aí: fechado. Você tenta agilizar e não aglomerar, mas encontra isso aí", disse Carlos Magno, de 46 anos, que chegou ao estádio por volta de 18h15. 

Antes da partida, também foi possível observar aglomerações e torcedores sem máscaras na rua do tradicional Bar do Peixe, a mais movimentada do entorno do estádio.

O Mineirão cumpriu uma série de medidas para tentar conscientizar o público da importância de seguir os protocolos sanitários. Já na entrada do estádio, torcedores receberam kits de álcool gel. O sistema de som repetiu seguidas vezes alertas para a necessidade do distanciamento de dois metros, por exemplo.

Dentro do Gigante da Pampulha, o setor que abriga as organizadas do Cruzeiro foi o que menos cumpriu o distanciamento. Nos demais espaços do Mineirão, até pela quantidade menor de pessoas, existiu certo respeito ao protocolo. 

O duelo desta sexta-feira marcou o reencontro do torcedor do Cruzeiro com o time após um ano e cinco meses. Esse foi o primeiro jogo da Raposa na Série B do Campeonato Brasileiro a ter público. Embora não tenha alcançado os 30% de capacidade do estádio, o torcedor conseguiu fazer barulho. 

O goleiro Fábio, o atacante Marcelo Moreno e o técnico Vanderlei Luxemburgo foram os mais festejados pelo torcedor. Na saída para o intervalo, ainda que com o Cruzeiro melhor na partida, as arquibancadas ameaçaram vaias, mas que logo foram abafadas por cânticos em tom de apoio ao time.

Das cadeiras do Mineirão também surgiu uma bonita homenagem ao torcedor-símbolo do clube, Pablito, que morreu vítima da COVID-19 em março. A Fanáti-Cruz, organizada da qual ele era membro, estampou uma faixa com os dizeres 'Pablito Eterno'.