Barreiras no entorno do estádio

Torcedores do Atlético sem ingresso estiveram, aos montes, nos arredores do Mineirão nas horas que antecederam a partida pelas quartas de final da Copa Libertadores. Isso fez o risco crescer por dois motivos em especial. O primeiro é que, naturalmente, com mais gente nas imediações do estádio, maiores foram as aglomerações. O segundo: quem não tinha bilhetes para o jogo não precisava de teste negativo contra o coronavírus.



Por isso, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) se comprometeu a instalar "barreiras" nas ruas que levam ao Mineirão. O acesso à área a partir de horas antes da partida será restrita a torcedores com ingressos, pessoas credenciadas para o jogo e quem mora ou trabalha na região. É algo semelhante ao que ocorreu, por exemplo, em eventos como a Copa do Mundo de 2014 e a Copa América de 2019.

Reforço na fiscalização
Na vitória do Atlético por 3 a 0 sobre o River Plate, a venda de bebidas alcoólicas no estádio não foi permitida - o mesmo ocorrerá nesta sexta, no jogo do Cruzeiro. Por conta da proibição, muitos torcedores alvinegros se aglomeraram na Avenida das Palmeiras, sem máscara e distanciamento social, para comer e beber nas horas anteriores à partida. Bares e ambulantes não seguiram o protocolo de combate à COVID-19, conforme presenciou a reportagem.

A fiscalização nessa quarta-feira nos arredores do estádio foi falha. Por isso, a Guarda Municipal e outros órgãos responsáveis (como os profissionais do Controle Urbanístico e Ambiental da PBH) se comprometeram a reforçar a operação em relação a ambulantes e "flanelinhas" nesta sexta.

Haverá também uma tentativa de evitar as "resenhas" e aglomerações. A Minas Arena, concessionária que administra o Mineirão, emprestará à PBH grades para delimitar espaços e facilitar a fiscalização contra a concentração de pessoas.



Mais orientações
Antes e durante o jogo do Atlético, mensagens de apelo para que o protocolo fosse seguido foram veiculadas nos alto falantes do Mineirão e expostas em diversas áreas do estádio. Mesmo assim, o desrespeito à obrigatoriedade do uso de máscaras e ao distanciamento social foi nítido.

Por isso, a administradora do estádio vai exibir as orientações de maneira ainda mais frequente na partida entre Cruzeiro e Confiança, nesta sexta-feira. Os agentes do Mineirão foram orientados a reforçar a fiscalização, extremamente falha na quarta.



Horário de entrada
No jogo do Atlético, muita gente demorou para entrar no estádio e, por isso, causou aglomeração no acesso às catracas minutos antes de a bola rolar. Para contornar o problema, ficou definido que o ingresso à esplanada do Mineirão a partir da partida entre Cruzeiro e Confiança só será permitido até 21h - a meia hora do apito inicial. A expectativa é que, com a regra, os torcedores optem por antecipar a entrada, o que, tecnicamente, pode evitar a concentração de pessoas.

Normas mantidas
Houve mudanças, mas as normas principais para minimizar o avanço da COVID-19 foram mantidas. O uso de máscara e a manutenção do distanciamento social seguem obrigatórios, assim como a higienização frequente das mãos. Para ingressar no estádio, também é preciso apresentar teste negativo para o vírus (RT-PCR ou de antígenos).

As autoridades locais permitem o uso de 30% da lotação total do estádio. No caso do Mineirão, pouco menos de 18 mil ingressos são colocados à venda por partida. Na última quarta, 17.030 foram ao estádio acompanhar Atlético x River. 



Quem definiu as regras?
As mudanças no protocolo foram estabelecidas na manhã desta sexta-feira, no prédio da Secretaria de Saúde de BH, na Região Centro-Sul da capital. Estiveram na reunião o secretário de saúde, Jackson Machado Pinto, representantes dos estádios da cidade e da Guarda Municipal, além dos presidentes de América (Alencar da Silveira), Atlético (Sérgio Coelho) e Cruzeiro (Sérgio Santos Rodrigues). O encontro foi convocado às pressas após o descumprimento do protocolo na vitória do Galo sobre o River.

Última vez da torcida celeste
A noite desta sexta-feira marcará o retorno dos cruzeirenses ao Mineirão após um ano e cinco meses. A última vez da torcida do Cruzeiro no estádio foi em 11 de março de 2020, quando o time perdeu por 2 a 0 para o CRB, pela Copa do Brasil.

COVID-19
A volta da torcida neste momento gera críticas, já que a pandemia de COVID-19 ainda assola ferozmente o Brasil. Mais de 571 mil pessoas morreram por causa da doença no país. Ao todo, foram mais de 20,4 milhões de infectados.

Em Belo Horizonte, a vacinação ainda caminha a passos lentos e os índices de contágio têm aumentado nos últimos dias. Segundo o boletim epidemiológico divulgado mais recentemente pela prefeitura (no início da noite dessa quinta), haviam sido registrados 591 novos casos e seis novas mortes nas 24 horas anteriores.