Romero disputou mais de 150 jogos com a camisa celeste (Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro)

O volante Lucas Romero alimenta o sonho de um dia voltar a vestir a camisa do Cruzeiro. Ele falou sobre o assunto em entrevista ao canal do jornalista Samuel Venâncio no YouTube. O bate-papo contou com a presença do também repórter Adroaldo Leal.




Romero deu detalhes das conversas com a diretoria mineira em junho de 2020. Na época, ele convivia com seis meses de salários atrasados no Independiente, e o “coração azul” bateu mais forte quando surgiu a possibilidade de retornar a Belo Horizonte. O desejo de voltar ao lugar onde construiu fortes laços era tão intenso que El Perro e sua esposa, Lourdes, pesquisaram imóveis na capital mineira.

“Falei com a Lourdes (esposa). Foi tanto que a gente começou a olhar casa e apartamento em Belo Horizonte. Foi uma conversa que durou de duas a três semanas. A gente conversava, ligava, falava com o meu empresário, tentava fazer um esforço e deixar os caras do Independiente contentes e felizes”.

“Eu tinha muita vontade de ir, mas também sentia que tinha que ficar para ajudar os caras do Independiente. Mas tinha muita vontade. Já tinha o Ariel (Cabral) para olhar a situação. O coração é muito azul”.




No fim das contas, a transferência não passou de um “sonho de inverno”. Mas Romero foi novamente questionado se sairia do Independiente, com o qual tem contrato até junho de 2023, caso o Cruzeiro efetuasse uma proposta. Segundo Samuel Venâncio, a pergunta partiu de Pedro Lourenço, dono do Supermercados BH e principal parceiro comercial e financeiro do clube.

El Perro ressaltou que qualquer negociação precisaria do aval da direção argentina, porém reiterou a vontade de ajudar a tirar a Raposa de seu pior momento da história - a briga para não cair à terceira divisão do Campeonato Brasileiro.

“Não quero criar falsas expectativas para o torcedor e o Cruzeiro. Como falei, tenho um respeito muito grande. Aqui tem um clube, o Independiente, que está dentro da negociação. Eles têm que conversar com o Independiente para me tirar do clube”.




“Se você perguntar para mim, lógico que eu gostaria de voltar a jogar no Cruzeiro. Fui muito feliz no clube, tenho um carinho grande por eles, Belo Horizonte é uma cidade onde tenho muitos amigos e me sinto em casa. Gostaria muito mesmo de voltar a jogar no Cruzeiro. Sei que tenho muito a dar por esse clube”.

Romero pelo Independiente em jogo contra o Boca Juniors (Foto: Alejandro Pagni/AFP)


Em quase três anos e meio no Cruzeiro, Lucas Romero disputou 152 jogos, marcou três gols e conquistou quatro títulos: duas Copas do Brasil, em 2017 e 2018, e dois Campeonatos Mineiros, em 2018 e 2019. O argentino caiu nas graças da torcida por seu estilo aguerrido e “lutador” dentro de campo e também pelo carisma fora das quatro linhas.

De todas as camisas que vestiu, Romero deixou transparecer que a da Raposa tem um lugar especial no coração. Todavia, o meio-campista reforçou o respeito ao Independiente, que só estaria disposto a liberá-lo mediante boa compensação - o clube de Avellaneda pagou US$2,2 milhões ao próprio Cruzeiro (R$8,8 milhões) em 2019, além de US$2 milhões (R$8 milhões) ao Vélez Sarsfield.




“Joguei no Vélez, no Cruzeiro e no Independiente. Posso falar com muita humildade que sempre jogo com o coração. Coloco a camisa e vou sempre dar o máximo. Mas pelo Cruzeiro é algo muito especial. Olho para o lado e vejo meus companheiros como irmãos. Olho para a torcida e sei que tenho que dar muito mais por eles”.

“Com certeza gostaria de voltar a jogar no Cruzeiro, mas vocês sabem que há o Independiente, dono do meu passe. Se o Cruzeiro quer me tirar do Independiente, tem que fazer uma proposta boa para eu poder sair”.

Com 59 partidas oficiais e um gol marcado pelo Independiente, Romero exerce papel de liderança no elenco treinado por Julio Cesar Falcioni. Ele é o segundo capitão do time, ficando abaixo apenas do centroavante Silvio Romero, de 33 anos, que anotou 44 gols em 110 jogos pelo Rojo, líder do Campeonato Argentino 2021, com 14 pontos em seis rodadas, e recordista em títulos na Copa Libertadores, com sete troféus.