Empresários pleiteiam R$330 milhões referentes a Dedé (Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro 10/01/2020)


Errata: o empresário de Dedé, Giuliano Tadeu Aranda, não tem qualquer ligação com a GT Sports. A empresa em seu nome se chama M9 Sports e não está envolvida no processo.

O Cruzeiro recebeu nessa quarta-feira uma notificação extrajudicial para pagar em prazo de cinco dias uma cláusula indenizatória de R$330 milhões referente ao contrato do zagueiro Dedé. De acordo com o site ge.globo, a cobrança é das empresas Grupo DIS e GT Sports e dos empresários Marcus Vinícius Sanchez Secundino e Giscard Salton, que detinham os direitos econômicos do atleta em 2013, quando a Fifa ainda permitia a participação de terceiros (a proibição foi instaurada em 2015).

O documento assinado pelos advogados Carlos André de Freitas Lopes - ex-presidente da Associação Desportiva São Caetano - e Filipe Robles Ribeiro cita trecho do contrato de Dedé, no qual é ressaltado que o clube arcará com a indenização em caso de rescisão antecipada, unilateral ou indireta, já que os empresários deixariam de ter participação econômica no jogador.

“Caso o CRUZEIRO rescinda de forma antecipada o Contrato Desportivo firmado com o ATLETA, ou qualquer outro que venha a substituí-lo, sem a anuência da DIS, de MARCUS, da GT e de SALTON, exceto se por justa causa; ou ainda caso o ATLETA, obtenha judicialmente a rescisão indireta de seu contrato especial de trabalho desportivo, com a consequente perda dos Direitos Federativos pelo CRUZEIRO, ocasião na qual a DIS, MARCUS, GT e SALTON perderão os Direitos Econômicos de sua titularidade, o CRUZEIRO, ficará obrigado a pagar às referidas Partes uma indenização no valor correspondente à maior cláusula indenizatória desportiva (cláusula penal) pactuada no Contrato Desportivo”.




Os direitos econômicos de Dedé estavam divididos da seguinte forma:

Grupo DIS - 51,91%
GT Sports - 6,5%
Marcus Vinícius - 30,5%
Giscard Salton - 11,09%

Se fechasse uma negociação no período em que manteve vínculo com Dedé, o Cruzeiro embolsaria uma taxa de vitrine. Em várias entrevistas, o próprio jogador revelou ter recebido propostas de clubes da Europa, casos de Lyon, da França (2018), e Juventus, da Itália (2014).

Com base no valor de R$330 milhões, a quantia pleiteada pelos empresários seria assim repartida: Grupo DIS - R$171,3 milhões; GT Sports - R$21,45 milhões; Marcus Vinicius - R$100,6 milhões; Giscard Salton - R$36,6 milhões. Contudo, a notificação pede o depósito de 95% do valor para o DIS (R$313,5 milhões) e 5% para o advogado Filipe Ribeiro (R$16,5 milhões).

Em 1º de julho de 2021, Dedé chegou a um aordo para rescindir o seu contrato com o Cruzeiro. Os detalhes foram mantidos sob sigilo, porém o ge.globo informou que o zagueiro receberia R$16,6 milhões parcelados em 60 vezes de R$276.666,66 a partir de janeiro de 2022. O valor inicial da causa superava R$35 milhões.




Procurado para comentar a cobrança de R$330 milhões, o Cruzeiro não se manifestou até a publicação desta nota.

Dedé no Cruzeiro


Contratado ao Vasco em abril de 2013, Dedé foi atleta do Cruzeiro por mais de oito anos. Nesse período, conquistou dois Campeonatos Brasileiros (2013 e 2014), duas Copas do Brasil (2017 e 2018) e três Campeonatos Mineiros (2014, 2018 e 2019).

Em 188 jogos, o zagueiro marcou 15 gols, a maior parte em jogadas de bola aérea. Sua sequência no time foi prejudicada por lesões nos dois joelhos, a ponto de atuar em apenas 12 ocasiões de 2015 a 2017.

Errata

Após a publicação da matéria, a assessoria de Giuliano Tadeu Aranda, representante de Dedé, entrou em contato com o Superesportes para informar que o agente não tem ligação com a GT Sports. A empresa em seu nome se chama M9 Sports e não está envolvida na cobrança de R$330 milhões do Cruzeiro.



Nota de Giuliano Aranda 

Guiliano Tadeu é empresário do Dedé, não tem vinculo com a ação que está movida. Em 2013, o grupo de investidores, que hoje cobram o Cruzeiro, compraram o passe do atleta e direcionaram ele ao Cruzeiro. A notificação realmente existe, mas não envolve os empresários do atleta, muito menos o Dedé. Dedé nem sequer sabia disso tudo, foi AVISADO ontem. Os empresários do atleta Dedé são donos da empresa M9 Sports. Não há nenhum vínculo com a GT Sports.

Sobre a ação, o clube foi notificado e terá 5 dias para efetuar o pagamento aos investidores, caso isso não ocorra, a ação será encaminhada.

Sobre o advogado Carlos André de Freitas Lopes, também citado no material, deixou o presidência do São Caetano em 2020.