Sérgio Santos Rodrigues espera pôr fim ao transfer do Cruzeiro com a venda da Sede Administrativa do Barro Preto, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Isso foi o que disse o presidente a um grupo de torcedores no início de junho. O trecho da conversa, gravada sem autorização do mandatário, foi vazada em grupos de Whatsapp nesta semana.
Ouça o áudio abaixo e leia a transcrição do diálogo entre o presidente e o torcedor:
"Estamos chegando ladeira abaixo. Daqui a pouco, tem as punições do Arrascaeta e do Riascos. Vai ter o dinheiro? Não vai. Vai ficar quanto tempo sem contratar?", questiona o torcedor.
"Não sei", responde o presidente.
"No mínimo uns seis meses, né, porque já tomamos uma", rebate o torcedor.
"Depende. Se a gente conseguir vender a sede (administrativa) a gente paga", diz Sérgio.
No início de maio, a Rádio Itatiaia informou que o prédio da sede administrativa do clube seria desapropriado para uso do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O órgão pagaria ao Cruzeiro R$ 40 milhões pelo imóvel.
A ideia do MPMG seria utilizar o prédio para instalação de um órgão que atuará na investigação e no combate a casos de corrupção, crime organizado e lavagem de dinheiro. O procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares, se manifestou na oportunidade.
"Quanto à notícia divulgada - aquisição da sede do Cruzeiro -, informo que o MP procura, sim, imóvel para seu novo órgão de investigação do dinheiro público desviado, inclusive para locação. Há inúmeras opções. A do Barro Preto será possível se também for bom para o Cruzeiro", escreveu o magistrado no Twitter.
No último dia 19, também pelo Twitter, Jarbas indicou que a criação dos novos órgãos está cada vez mais próxima. Com a aprovação das nossas leis na Assembleia, iremos iniciar a criação das Unidades de Combate ao Crime e à Corrupção, econômica inclusive, as primeiras em BH e Varginha. As UCCs terão o GAECO, CAOET, CAOCRIM, a PMMG, PC e a Receita Estadual, um completa a atuação do outro", publicou.
Transfer ban
O Cruzeiro está impossibilitado pela Fifa de registrar novos reforços desde o fim do mês passado em função de uma dívida de R$ 7 milhões com o Defensor, do Uruguai, pela compra de Arrascaeta, em 2015, ainda na gestão Gilvan de Pinho Tavares. A Raposa tinha até o fim do mês para fazer o pagamento, mas a falta de dinheiro inviabilizou o acerto.
Até o fim deste mês, o clube deverá receber nova punição, desta vez pela compra dos direitos econômicos do atacante Duvier Riascos, realizada em 2015, também por Gilvan de Pinho Tavares. o débito inicial é de 1,145 milhão de dólares (cerca de R$ 6 milhões na cotação atual) com o Mezlatán, antigo Monarcas Morélia, do México.
Nesta quinta-feira, questionado sobre a possibilidade do fim do transfer ban, o executivo de futebol do Cruzeiro, Rodrigo Pastana, explicou que a chance de a punição ser encerrada no curto prazo é remota.
"Todos os torcedores e os agentes nos ligam oferecendo atletas todos os dias. Temos um departamento de mercado muito capacitado. Está sempre de olho nas oportunidades de negócio, mas hoje temos um transfer ban. Há possibilidade de esse transfer ban cair? Há. Mas ela é mínima", admitiu.