Na madrugada desta quarta-feira, um grupo de torcedores do Cruzeiro foi até a casa do presidente do Conselho Deliberativo do clube, Nagib Simões, e fez ataques com foguetes, além de pichar os muros do local.
O grupo tenta pressionar Simões a colocar em discussão o pedido de impedimento do atual mandatário. Em contato com a reportagem, Nagib Simões disse que não poderia falar, pois estava em uma reunião da sua empresa.
O nome de Nagib Simões é ligado ao do ex-presidente Wagner Pires de Sá, que se tornou réu na Justiça por falsidade ideológica, apropriação indébita e formação de organização criminosa nos dois anos que esteve à frente do Cruzeiro (2018 e 2019).
Em 10 de junho de 2019, duas semanas depois da série de reportagens da TV Globo sobre casos de corrupção no clube, o ex-mandatário convocou conselheiros para uma “noite especial de caldos e resenha entre amigos”. O encontro serviria para apoiar a chapa “Força Azul” no Conselho Fiscal, que tinha Nagib, Paulo Pedrosa e outros quatro integrantes.
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Impeachment
A Sociedade Democrática Cruzeirense (SDC), um grupo formado por associados, protocolou pedido de impeachment do presidente Sérgio Rodrigues no Conselho Deliberativo neste mês.
A peça de 52 páginas é assinada pelos advogados Fábio Stockler Barbosa, João Paulo Viana e Marcus Eustáquio Fonseca. Além de apresentar recorte de reportagens sobre atos de Sérgio no Cruzeiro, o pedido diz que o presidente tem um "desejo incontrolado pelo poder", que "vem aumentando consideravelmente o risco de novas lesões aos cofres e imagem da instituição" e que "perdeu completamente a capacidade de gerir e liderar uma instituição do tamanho do Cruzeiro".
Até o momento, o presidente Sérgio Rodrigues descarta a renúncia. Em entrevista recente, ele chamou o pedido de impeachment de comédia.
"Esse pedido de impeachment é uma peça de comédia, não há peça jurídica. Eu acho que, para não dizer outra palavra, além da má intenção, de querer tumultuar mais o ambiente, foi feito de uma forma nada inteligente. Os tópicos que estão ali colocados, sinceramente, se não fosse um motivo, que eu acho que não temos motivo para ficar rindo, é de rir", disse, em entrevista à rádio 98FM.
"Demissão do Felipe Conceição, isso é motivo de impeachment? Demissão de técnico? Sendo que não foi demissão, foi explicado mil vezes o que aconteceu. Mudança de sede para gerar economia? Isso é numericamente comprovado. Afastamento de patrocinador que estava com a gente hoje? Corte de luz que a Cemig falou que cortou errado? É ridículo", disparou Sérgio Rodrigues.