A juíza Flavia Poyares Miranda, da 28ª Vara Cível da cidade de São Paulo, condenou o Cruzeiro a pagar R$420 mil à empresa Press FC, além de correção e honorários de advogados (R$500 mil no total), por serviços não pagos durante a gestão de crise do escândalo envolvendo o ex-presidente Wagner Pires de Sá, o ex-vice de futebol Itair Machado, e o ex-diretor-geral Sérgio Nonato, entre outros.
A informação foi noticiada pelo colunista Diego Garcia, do UOL, e confirmada pelo Superesportes. A reportagem apurou que houve insistência por parte da Press FC para tentar resolver o problema fora da Justiça. Encontros foram marcados e houve discussão de uma possível forma de pagamento, mas sem acordo. A empresa esperou cerca de um ano antes de judicializar o caso. Em contato com a reportagem, a Press FC preferiu não se manifestar. Procurado, o clube celeste ainda não se posicionou.
Wagner e Itair Machado aceitaram pagar R$380 mil à Press FC - duas parcelas de R$40 mil e outras dez de R$30 mil - para gerir a crise que eles mesmos criaram, de acordo com investigação da Polícia Civil e do Ministério Público. O valor pode ser considerado alto para um clube que já atrasava salários e enfrentava dificuldades financeiras, com débitos com funcionários e na Fifa.
Após reportagem do Fantástico, da TV Globo, em maio de 2019, sobre os possíveis crimes praticados pela então diretoria do Cruzeiro, a empresa Press FC foi contratada pelo clube.
Fernando Mello é bacharel em Jornalismo formado pela Universidade de São Paulo (USP). Em seguida se especializou no MBA em Gestão no Esporte e em Marketing e Gestão Esportiva na Faculdade Trevisan. Mello trabalhou durante sete anos no jornal Folha de São Paulo, como repórter e editor. Depois, ele foi diretor de comunicação da parceria Corinthians/MSI, diretor do Clube dos 13, CCO do Palmeiras e diretor de comunicação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Hoje, além de sócio da empresa, ele exerce a função de vice-presidente de marketing e comunicação da Federação Paulista de Futebol (FPF).
Derrota e Z4 da Série B: os memes da crise no Cruzeiro
Possíveis crimes praticados por ex-dirigentes
Wagner Pires de Sá - falsidade ideológica, apropriação indébita e formação de organização criminosa
Itair Machado - lavagem de dinheiro, apropriação indébita, falsidade ideológica e formação de organização criminosa
Sérgio Nonato - organização criminosa e apropriação indébita
Empresários Wagner Cruz, Carlinhos Sabiá e Cristiano Richard - acusados de integrar organização criminosa e apropriação indébita, sendo que dois deles ainda responderão por lavagem de dinheiro
Ivo Gonçalves - falsidade ideológica
Cristiano Araújo - lavagem de dinheiro
Fabrício Visacro - apropriação indébita