Fábio rebateu crítica de torcedor em rede social (Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)


Nada é tão ruim que não possa piorar. Essa frase se encaixa perfeitamente com o sentimento dos torcedores do Cruzeiro ao verem o time despencar na Série B. São seis jogos sem vitória, 22 gols sofridos em 12 partidas e um desempenho bastante assustador aos olhos de quem já vibrou no passado com títulos da Copa do Brasil, da Série A do Brasileiro e da Copa Libertadores. O momento atual é de luta para não entrar na zona de rebaixamento à terceira divisão, em confronto direto com o Remo, às 19h desta terça-feira, no estádio Baenão, em Belém-PA. A Raposa somou 11 pontos até aqui - duas vitórias, cinco empates e cinco derrotas. O Leão contabilizou 13 em 11 jogos - ganhou três, empatou quatro e perdeu quatro.




Com mais de R$900 milhões em dívidas, folhas salariais em atraso e uma arrecadação bruta que dificilmente passará de R$150 milhões, o Cruzeiro precisa correr contra o tempo para não perder o G4 de vista. Embora seja um tanto quanto louco projetar o acesso nesse estágio do campeonato, retornar à elite do Brasileirão o mais rápido possível seria de extrema importância para que a instituição tenha um respiro financeiro. A distância hoje para o quarto colocado, CRB, é de nove pontos (20 a 11). O líder Náutico, único invicto na segundona (7 vitórias e 5 empates), tem 26.

Temerosos com o futuro do clube, torcedores celestes subiram o tom nas cobranças nos últimos dias. No dia seguinte à derrota em casa para o Avaí - 3 a 0, no Mineirão, no último sábado -, integrantes de uma organizada arrombaram um dos portões da Toca da Raposa II, em Belo Horizonte, e se dirigiram ao vestiário para questionar os jogadores. Já na segunda-feira, alguns foram em direção à torre do Boulevard Shopping, na Avenida dos Andradas, onde está instalada a sede administrativa do Cruzeiro, em um dos escritórios da WeWork. O alvo dos protestos era o presidente Sérgio Santos Rodrigues. Em ambos os episódios, a Polícia Militar foi acionada para prestar segurança.

Nas redes sociais, as críticas tanto ao futebol do time quanto às decisões da diretoria são constantes. No Instagram, um torcedor acusou Fábio, um dos maiores ídolos da Raposa, de “passividade” por não reclamar publicamente da gestão. O goleiro rebateu alegando que não precisava expor a sua insatisfação, pois já o faz internamente na condição de líder e capitão do elenco. “Você está cobrando da pessoa errada. Lidar com alguns torcedores que não sabem um terço do que cobrei e tenho cobrado desde 2019, tem que ter muita fé e confiança em Deus para manter o caminho”. 




Por sua vez, o meia Marcinho destacou em entrevista ao canal oficial do Cruzeiro no YouTube que é hora de a equipe “virar a chave” e evitar a perda de tantos pontos na Série B. “Temos que entrar mais focados, mais ligados, sabendo o que queremos no campeonato. Não dá mais tempo para ficar perdendo ponto. Só temos que pensar em somar ponto, em vitória, para conseguirmos um objetivo maior no campeonato”, disse o camisa 11, que marcou um gol e deu três assistências em 10 jogos na Série B.

Considerado o “cérebro” do time, Marcinho será mantido pelo técnico Mozart Santos, que, em contrapartida, deve fazer algumas modificações na formação. No ataque, Rafael Sobis retornará à equipe titular, visto que Marcelo Moreno pediu para ficar em Belo Horizonte em virtude de um problema familiar. No meio-campo, Matheus Barbosa se recuperou de edema na panturrilha esquerda, ao passo que Ramon poderá ser escalado na defesa depois de ficar afastado em decorrência de lesão na coxa direita e do terceiro cartão amarelo.

Em Belém, o Cruzeiro reencontrará Felipe Conceição, que passou pela Toca no primeiro semestre de 2021 e foi demitido em função da eliminação para a Juazeirense, da Bahia, na terceira fase da Copa do Brasil. Em 19 jogos pela Raposa, o treinador ganhou oito, empatou três e perdeu oito. Pelo Remo, estreou com revés por 3 a 2 para o Vila Nova. Depois, obteve duas vitórias sobre Brusque e Ponte Preta, ambas por 2 a 1. O destaque da equipe do Norte é o meia-atacante Felipe Gedoz, ex-parceiro de Arrascaeta no Defensor do Uruguai e com passagens por Club Brugge, da Bélgica, Athletico-PR, Goiás, Vitória e Nacional-URU.




Cruzeiro e Remo já duelaram 10 vezes na história, com duas vitórias mineiras, dois empates e quatro triunfos paraenses. No Campeonato Brasileiro de 1994, o Leão levou a melhor em três dos quatro confrontos, com destaque para a goleada de 5 a 1, no Mineirão, com direito a um gol de Cuca, atual técnico do Atlético, e outros quatro de Helinho. O então ponta-direita Mário Tilico balançou a favor da Raposa.

REMO X CRUZEIRO


REMO
Vinícius; Thiago Ennes, Romércio, Kevem e Igor Fernandes; Anderson Uchôa, Lucas Siqueira e Dioguinho; Erick Flores, Felipe Gedoz e Victor Andrade
Técnico: Felipe Conceição

CRUZEIRO
Fábio; Norberto, Léo Santos, Ramon e Jean Victor (Rhodolfo); Lucas Ventura (Rômulo), Matheus Barbosa e Marcinho; Bruno José, Felipe Augusto (Guilherme Bissoli) e Rafael Sobis
Técnico: Mozart Santos

Motivo: 13ª rodada da Série B

Estádio: Baenão, em Belém-PA

Data: terça-feira, 20 de julho de 2021

Horário: 19h

Árbitro: Daniel Nobre Bins (RS)

Assistentes: Tiago Augusto Kappes Diel e Luiza Naujorks Reis (RS)