Sérgio Santos Rodrigues informou que o Cruzeiro deverá sofrer, até o fim deste mês, mais uma punição da Fifa. De acordo com o presidente, o novo 'transfer ban', que impede o registro de novos jogadores, acontecerá em função da dívida pela compra do atacante Riascos, realizada em 2015 pelo então mandatário Gilvan de Pinho Tavares.
"As dívidas da Fifa existem há muito tempo. Infelizmente, estouraram todas de uma vez. São processos que tramitaram três, quatro, cinco, seis anos, conforme for a dívida. Tiveram atletas que renderam muito dinheiro ao Cruzeiro e as dívidas não foram pagas", lamentou Sérgio.
"Temos essa do Arrascaeta, que gerou o transfer ban, vamos ter outra do Riascos agora em julho, que geraria outro transfer ban. Não existe, em princípio, recursos para pagá-las. A punição que existe para elas é o não registro de jogadores", complementou.
No fim de junho, o Cruzeiro já ficou impossibilitado de registrar novos atletas pela dívida com o Defensor, do Uruguai, pela aquisição de Arrascaeta, também em 2015. Embora tenha faturado 13 milhões de euros com a venda do meia-atacante ao Flamengo, realizada em 2019, o clube não quitou uma dívida de cerca de R$ 7 milhões com os uruguaios.
Já no caso de Riascos o débito inicial é de 1,145 milhão de dólares (cerca de R$ 6 milhões na cotação atual) com o Mezlatán, antigo Monarcas Morélia, do México. Contratado em janeiro de 2015, o atacante colombiano marcou apenas um gol em 16 jogos realizados com a camisa celeste. Ele saiu do clube em fevereiro de 2017 sem deixar qualquer saudade no torcedor.
De acordo com o advogado Eduardo Carlezzo, especialista em direito desportivo e que atende o Defensor no caso de Arrascaeta, as punições sobre registros de novos jogadores ficam vigentes por três janelas de transferências ou até que o Cruzeiro quite os débitos. "Caso não pague ao final deste período, a gravidade da sanção aumentará, podendo ser aplicável a perda de pontos ou o rebaixamento", explicou.
De acordo com o advogado Eduardo Carlezzo, especialista em direito desportivo e que atende o Defensor no caso de Arrascaeta, as punições sobre registros de novos jogadores ficam vigentes por três janelas de transferências ou até que o Cruzeiro quite os débitos. "Caso não pague ao final deste período, a gravidade da sanção aumentará, podendo ser aplicável a perda de pontos ou o rebaixamento", explicou.
Denilson
Outra dívida que causa preocupação no torcedor do Cruzeiro é a que envolve o volante Denilson. Pelo débito de cerca de R$ 5,3 milhões pelo empréstimo do volante, realizado em 2016, o time celeste já perdeu seis pontos na Série B do Campeonato Brasileiro de 2020. Uma nova punição neste caso poderia representar até o rebaixamento à Série C.
O presidente do Cruzeiro afirmou, no entanto, que o dinheiro que o clube conseguirá com a venda da Sede Campestre II, já aprovada pelo Conselho Deliberativo e com comprador interessado, servirá para pagar a dívida com o Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos.
"Com relação ao Denilson, pode acarretar uma perda mais efetiva, a grande questão é que a gente conseguiu aprovar a alienação daquela Sede Campestre II, em uma reunião que foi feita ano passado. Desde então, temos procurado compradores. Conseguimos arrumar um, que vai pagar o valor de avaliação, mas são problemas micro do Cruzeiro que as pessoas não sabem", explicou.
"Quando fomos efetivar a venda do terreno, vimos que não estava regularizado. Faltam detalhes de cartório, de patrimônio, diversos documentos a serem conseguidos. Hoje, quem vive no meio da pandemia, sabe como é conseguir uma certidão. Cartório não funciona normal, prefeitura não funciona normal. Tudo atrasando. O que a gente faz é acelerar para resolver isso. Resolvendo, creio que essa dívida pior aí a gente vai conseguir salvá-la o quanto antes", complementou.
Dívidas já pagas
Durante a entrevista coletiva gravada que concedeu nessa quarta-feira, Sérgio também destacou os débitos que já foram pagos pela sua administração. Ele estima que o montante alcança R$ 40 milhões.
"Ano passado pagamos quase R$40 milhões. Efetivamente pagos. Fora alguns que a gente parcelou. Estourou aqui, é nossa responsabilidade, já que assumimos o CNPJ Cruzeiro, mas nos culpar por tudo, creio que está equivocado", opinou.