Equilíbrio. A palavra repetida 12 vezes pelo técnico Mozart Santos durante a entrevista coletiva concedida depois do empate por 3 a 3 com o Guarani, na noite desta quarta-feira, no Mineirão, que durou cerca de 12 minutos, mostra o quanto isso tem faltado ao Cruzeiro nesta Série B do Campeonato Brasileiro.
Se o ataque tem funcionado, ainda que a criatividade não seja o forte do time, a defesa tem se mostrado verdadeira peneira. E muitas vezes a culpa não é do treinador, mas dos próprios atletas, que têm cometido erros individuais grosseiros. Para completar, a sorte não tem ajudado, como no lance do segundo do Bugre, em que um chute que provavelmente não ofereceria perigo desviou na chuteira de Matheus Barbosa e parou na rede de Fábio.
O bom é que o técnico Mozart Santos parece atento ao que está acontecendo. Inclusive ao recuo excessivo do time quando consegue vantagem no placar, problema que vem desde a temporada 2020. Parece faltar confiança aos cruzeirenses em campo quando superam o adversário, seja ele qual for.
Para almejar coisas maiores que evitar o rebaixamento para a Série C, que pode significar a extinção, será bom que o Cruzeiro tenha equilíbrio entre defesa e ataque. Mas o principal é que este equilíbrio seja emocional, com atletas, membros da comissão técnica e diretoria tendo serenidade para tomar as decisões corretas.
Aos torcedores, bom, aí já é pedir demais depois de tanto sofrimento e que parece longe do fim. Esses parecem ser os únicos a ter direito de surtar um pouco, ainda mais que a pior fase da história do clube coincide com uma das piores fases da história da humanidade, afetada pela pandemia de COVID-19. Só sendo equilibrista para suportar.