Empresário Aquiles Diniz se reunirá com presidente do Cruzeiro na segunda-feira para apresentar ideia de projeto que visa reerguer o clube (Foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)



Conselheiro nato desde 1983, o empresário Aquiles Diniz se reunirá na próxima segunda-feira (21) com o presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, para apresentar um projeto de R$ 500 milhões que visa dar viabilidade financeira para o clube após a transição de associação, modelo atual, para Sociedade Anônima do Futebol (SAF).



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Ex-sócio do Banco Inter e hoje atuante no segmento imobiliário, Aquiles conhece profundamente o mercado de investimento e tem em mente um projeto para a criação de um fundo que permitiria ao clube se reerguer economicamente, voltar a ser competitivo no futebol e também gerar rentabilidade a futuros investidores.

Em entrevista ao Superesportes, Aquiles Diniz explicou que o Cruzeiro de hoje é inviável e descartou a hipótese de empresários injetarem recursos no clube no momento. O balanço financeiro de 2020 mostrou que a dívida total da instituição chega a R$ 897 milhões.

“Ninguém vai botar dinheiro no Cruzeiro numa situação dessa, isso não existe. O que nós temos que fazer é um projeto competente, viável, que tenha rentabilidade, que aí vai chover de investidor”, aposta o empresário.



 
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Fundo de R$ 500 milhões


Tão logo o Cruzeiro migre para o modelo de clube-empresa - o que depende de aprovação no projeto de lei na Câmara dos Deputados e da sanção do presidente Jair Bolsonaro -, Aquiles só vê a viabilidade da instituição mediante criação de um fundo de investimento.

“Na minha cabeça, se lançarmos um fundo de R$ 500 milhões, por exemplo, seria um fundo que teria 500 cotas de R$ 1 milhão. Desde que se prove que é viável e com rentabilidade como são os clubes da França, da Inglaterra, da Itália, eu não vejo a menor dificuldade de se colocar isso no mercado”, explicou.

“Não tem empresário nenhum que me prometeu que vai participar. Eu vou participar. E quem quiser, vem junto. Não será botar dinheiro no Cruzeiro, será um investimento financeiro em empresa administrada por profissionais cujos objetivos serão títulos, glória e rentabilidade. (...) O investidor não é cruzeirense, não é americano, não é atleticano. Isso é uma coisa universal. Esse fundo pode ser vendido para a Arábia Saudita, para o Japão. O mundo inteiro pode investir nessa atividade esportiva, que é o futebol, que movimenta bilhões de dólares”, disse.




A entrada do “futuro Cruzeiro SAF” na bolsa de valores dependeria, segundo Aquiles, da comprovação da viabilidade do clube. Mas, de antemão, o empresário acredita que o ‘novo Cruzeiro’ tem potencial para gerar confiabilidade. “O grande potencial é que o Cruzeiro tem nome e torcida: 8 milhões de torcedores. A venda de jogadores vai ser um ativo importante. A base é que dá estrutura para os times e pode-se fazer uma fortuna de venda de jogadores, mas de uma maneira profissional, não de uma maneira amadora”, concluiu.

Atuação no Cruzeiro


Engenheiro civil por formação, Aquiles Diniz atuou ativamente no Cruzeiro nas gestões de Felício Brandi (1961 a 1981), Carmine Furletti (1982 a 1984) e Benito Masci (1984 a 1990). Nos anos 1980, trabalhou em reformas de mehorias da Toca da Raposa I para receber as Seleções Brasileiras antes das Copas de 1982 e 1986. Também ajudou no projeto de construção do Parque Esportivo do Barro Preto.

Em 2017, Aquiles chegou a se colocar à disposição do então presidente Gilvan de Pinho Tavares e do opositor Zezé Perrella para ser um candidato de consenso para presidir o Cruzeiro e unir o Conselho Deliberativo. À época, no entanto, os escolhidos para o pleito foram Wagner Pires de Sá e Sérgio Santos Rodrigues.

O interesse de Aquiles Diniz em ajudar na atual gestão do Cruzeiro foi noticiado na segunda-feira (14) pelo colunista e blogueiro do Estado de Minas, Jaeci Carvalho. Nesta terça, ele também fez uma entrevista com o empresário.