Presidente do Cruzeiro admitiu divergência com Felipão, mas no sentido de executar projeto (Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)


O presidente do Cruzeiro , Sérgio Santos Rodrigues , explicou o motivo de o técnico Luiz Felipe Scolari não ter permanecido para a temporada de 2021. O treinador encerrou a Série B do ano passado à frente da Raposa, mas optou por deixar o clube. Em entrevista recente ao SporTV, o experiente comandante disse que houve   divergências com a diretoria,  o que inviabilizou a manutenção do trabalho e culminou na saída, em janeiro. 




Na entrevista ao programa Grande Círculo , Felipão comentou disse que o 'presidente tem ideias um pouco diferentes das minhas' e que algumas coisas precisavam ser modificadas no Cruzeiro. O treinador comentou que 'se não fosse da forma que a gente tinha apresentado, a gente não conseguiria. E ele (Sérgio Rodrigues) tem outra forma, outro procedimento.' O comandante decidiu, com isso, encerrar a passagem pela Raposa em janeiro de 2021.

Nesta terça-feira, em entrevista ao programa Bastidores , da Rádio Itatiaia , Sérgio Rodrigues comentou sobre a declaração de Felipão. O dirigente admitiu que houve divergências com o treinador, mas não de ideias, e sim na execução do plano traçado pelo técnico como fundamental para as pretensões do clube de retornar à Série A. O lado financeiro, de acordo com o mandatário, pesou decisivamente para o fim da relação, já que Scolari desejava contar com jogadores mais qualificados no grupo, mas longe da realidade celeste.

"Com o Felipão não houve divergência de ideias, mas sim de execução. Eu mesmo falei a ele, quando vi a entrevista, porque ele virou para nós para renovar e disse que precisava de jogadores da lista dele. E havia jogadores que estão na Série A, titulares em seus times, jogadores que estão no exterior, que ganham o equivalente a 60, 70 mil dólares, com o dólar nesse preço, ganham lá fora R$ 400 mil. Eu falei pra ele que o projeto era inexequível", esclareceu o mandatário.




"Eu também acho que jogadores que ele apresentou são essenciais para o Cruzeiro e ajudariam muito, ele achou isso, que sem esses jogadores o Cruzeiro não subiria. Eu tentei explicar para ele que esses jogadores estavam além do que o Cruzeiro poderia contratar. Nossa divergência foi essa, não foi na forma ou na ideia. Eu também concordo com ele, seriam jogadores essenciais, só que eu preciso brigar com as armas que me são permitidas", argumentou.

Sérgio Rodrigues reforçou a dificuldade do clube em quitar salários atrasados e também com a receita reduzida em função da diminuição da cota de TV paga na Série B, bem abaixo da elite, e também com a pandemia. "Infelizmente, temos ainda um cenário de salário atrasado e receita baixa. Como eu trago três ou quatro jogadores que lá foram ganham na faixa de 400 mil reais ou meio milhão de reais? Vamos lutar com as armas que a gente aqui para fazer o melhor para o Cruzeiro", comentou o dirigente.