Na chegada ao América, em janeiro de 2020, Lisca herdou um time bem armado por Felipe Conceição (Foto: Superesportes)

Líder do América na campanha de acesso à Série A, em 2020, Lisca vê potencial maior do rival Cruzeiro, este ano, de ter sucesso na tentativa de voltar à elite nacional. A opinião do treinador americano é baseada no conhecimento acerca do trabalho do colega Felipe Conceição, atual comandante da Raposa.



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Na chegada ao América, em janeiro de 2020, Lisca herdou um time  bem armado por Felipe Conceição na temporada anterior. São essas mesmas ideias que atualmente tentam ser implantadas na Toca da Raposa II.

“Em relação ao modelo de jogo, eu sempre falei isso: já cheguei no América com um time estruturado, com uma ideia de futebol bem interessante. Bloco alto, linha alta, pressão na bola, basculação defensiva, balanço. Eu fui dando uma sequência e acrescentando muitas variações táticas. Variações de ritmo também, velocidade de execução”, lembrou Lisca, em entrevista ao Superesportes.

Além de ter montado um time consistente, Felipe Conceição conseguiu resultados expressivos no América na Série B de 2019. O Coelho saiu da lanterna, na 10ª rodada (6 pontos), e alcançou o quinto lugar (61). O acesso escapou no duelo derradeiro contra o já rebaixado São Bento, no Independência: derrota por 2 a 1.




Já no ano passado, à frente do Guarani, Felipe fez nova campanha de recuperação na Série B. Sob o seu comando, o Bugre saiu do 17º lugar, na 15ª rodada, para o 13º, na 38ª. Seu retrospecto geral foi de 11 vitórias, quatro empates e nove derrotas, com 51,38% de aproveitamento.

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Para Lisca, Conceição tem credenciais para levar o Cruzeiro ao acesso. Será preciso ter paciência no Campeonato Mineiro para colher frutos na Série B. A mudança de estilo de jogo requer adaptação e persistência.

“O Felipe foi contratado para isso, é um treinador super capacitado, é um cara que está valorizando demais a oportunidade, conseguiu montar um grupo de acordo com a possibilidade do Cruzeiro e com a característica da competição. Eu acho que ainda tem margem para crescimento dos jogadores e talvez dois ou três jogadores ali para dar uma reforçada depois dos estaduais”, disse.




“Acho que é uma filosofia nova de jogo, uma maneira nova de jogar. O Felipe sempre teve sucesso na Série B, tanto no América como no Guarani. Ele não conseguiu o acesso com nenhum dos dois, mas a campanha dele é de acesso com ambos. Então, o Cruzeiro trouxe um treinador que conhece a competição, já teve sucesso e acho que tem que ter um pouquinho de paciência nesse início, não sofrer muito com o Campeonato Mineiro, tentar desenvolver a Copa do Brasil o máximo possível e focar na Série B, focar mesmo na Série B. Acho que o Cruzeiro tem todas as condições de voltar para a Série A”, completou Lisca.

Virar a página


Já em relação à gestão, Lisca alerta que o Cruzeiro deve esquecer 2019, ano do rebaixamento, e deve pensar exclusivamente em soluções para sair da crise.

“O Cruzeiro, eu acho assim, primeiro de tudo, o Cruzeiro tem que virar a página, parar de falar o que passou, já foi. O que aconteceu no Cruzeiro foi muito grave, mas as pessoas que estão lá estão lá para resolver esse problema. Então eu vejo que a primeira coisa é parar de remoer. ‘Ah, mas teve isso, ah, mas teve aquilo’. Já era, já foi. Quem está lá agora tem que resolver o problema”, opinou.

O Cruzeiro abrirá sua participação na Série B de 2021 contra o Confiança, em Aracaju, em 28 de maio. A CBF divulgou a tabela nessa quinta-feira à noite.