Os grandes responsáveis pelo ano mais vexatório da história do Cruzeiro - não só pelo rebaixamento, evidentemente - são o presidente Wagner Pires de Sá, o ex-vice de futebol Itair Machado, e o ex-diretor-geral Sérgio Nonato. Não enxergo outra análise possível. A estrutura de poder que construíram ao longo de 2018 e no primeiro semestre de 2019, normalizando absurdos e excluindo do organograma profissionais com senso crítico, destruiu o clube.
Vale lembrar, também, de quem colocou Wagner no cargo. Ainda que tenha sido traído 24 horas depois da eleição, o ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares carregará para sempre o peso desse apoio nefasto. Além da gestão temerária entre 2012 e 2017, ele foi incapaz de formar uma liderança decente e de viabilizar, mesmo em cenário político favorável e com tempo para articular, a modernização do estatuto do clube. Faltou coragem e disposição ao então mandatário.
A queda - inquestionável do ponto de vista técnico - se confirmou só neste domingo, mas o rebaixamento moral vem de muitos meses. Que 2020 marque o início de uma reestruturação profunda de processos, a começar por nova eleição urgente. Não é razoável que Wagner, presidente mais covarde dos 98 anos de Cruzeiro, siga no cargo - ainda que como ‘Rainha da Inglaterra’, terceirizando responsabilidades a quem não foi eleito pelo voto do Conselho Deliberativo.
Ao torcedor, principal vítima das estratégias perversas da cartolagem, que essa temporada, emblemática na história do clube, sirva de lição para o fim definitivo da romantização do dirigente que age com irresponsabilidade. Os heróis não existem. Os verdadeiros profissionais “raiz” conquistam respeito sem frases de efeito, sem populismo, sem necessidade de “mitar” diariamente.
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