Mineirão será palco de jogo decisivo entre Cruzeiro e Palmeiras (Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro)

A menos de dois dias do decisivo jogo entre Cruzeiro e Palmeiras segue a celeuma sobre a presença ou não de torcedores do Palmeiras no Mineirão. Segundo o promotor de justiça Paulo de Tarso Morais Filho, uma das razões que o levou a recomendar à CBF e à Federação Mineira que a partida seja realizada com torcida única é a possível presença de atleticanos "infiltrados" para assistir ao jogo que pode decretar a queda do Cruzeiro para a Série B.




"Esse é um dos motivos que nos leva a concluir que o jogo de torcida única seja de todo razoável para a prevenção de qualquer ato de violência dentro do estádio. Estamos vivenciando um histórico de conflitos. Espero que todos que vão aos estádio tenham a consciência de que estão se dirigindo para um evento esportivo, não para uma guerra. Vamos tomar todas as medidas que estão ao nosso alcance", afirmou o promotor nesta sexta-feira, em evento que reuniu representantes das Polícias Militar e Civil, do Ministério Público e do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.

Venda de ingressos e Estatuto do Torcedor

A venda de ingressos para torcedores de Cruzeiro e Palmeiras segue sendo realizada normalmente. Esse talvez seria um dos fatores que pesaria contra à realização do jogo com torcida única, uma vez que palmeirenses já estão adquirindo bilhetes.

Sobre uma possível violação ao Estatuto do Torcedor, que prevê que é direito do torcedor que os ingressos sejam colocados à venda até 72h antes do início da partida, o membro do Ministério Público defendeu que a segurança deve prevalecer.




"Prazos existem. Mas temos que colocar em questão um bem maior. É uma questão de ordem. Se formos verificar todas as normas contidas no estatuto do torcedor, elas se voltam para a segurança. Estão em choque duas normas. Uma que fala de prazo, para garantia da tranquilidade de ingressos no estádio. Mas tem uma outra que é muito superior, que fala a respeito da segurança. Então, vamos fazer prevalecer a questão da segurança, que é o bem maior, a integridade física", argumentou.

Paulo de Tarso afirmou, ainda, que, no momento em que enviou a recomendação à CBF e à Federação Mineira, a venda de ingressos não havia se iniciado.
"Nossa recomendação foi feita ontem (quinta-feira) e não havia definição sobre ingressos. Aguardamos uma posição dos órgãos responsáveis pelo campeonato", finalizou.