De acordo com informações do Diário da Região, o bebê Miguel Augusto é natural de Jales, a 148 quilômetros de Rio Preto, e estava internado há 50 dias no hospital. Ele recebia medicamentos intravenosos para estimular as batidas do coração. A criança sofria de miocardiopatia dilatada, doença que faz o órgão crescer e impede o bombeamento adequado de sangue para o corpo. Os próximos dias serão determinantes para que não haja rejeição por parte do organismo de Miguel.

Para que o transplante ocorresse com sucesso, houve uma grande força-tarefa. Quando o hospital recebeu a notícia de que a família de Elisson doaria os órgãos de Lucca Guilherme, o cirurgião-chefe do Serviço de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica do HCM, Ulisses Croti, foi chamado às pressas para realizar o procedimento. Ele abriu mão de passar o feriado prolongado com a família em Londrina, no Paraná, e, num avião fretado, desembarcou em Belo Horizonte. Da capital mineira, o médico entrou no helicóptero do Corpo de Bombeiros e rumou ao Hospital Regional de Betim.

Era necessário correr contra o tempo, pois o coração, ao ser retirado do corpo, não pode ficar exposto por mais de quatro horas. Por isso, o avião já esperava o cardiologista com as turbinas ligadas no aeroporto. No regresso a São José do Rio Preto, Miguel Augusto enfim foi agraciado com a doação, passou por cirurgia e renovou as esperanças na luta pela vida. Segundo o HCM, as 72 horas pós-transplante são decisivas para avaliar como o paciente reagirá ao novo órgão. O pequeno segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) cardiopediátrica, em leito isolado.

O goleiro Elisson, em seu perfil no Instagram, compartilhou o print da notícia publicada pelo portal G1 e transmitiu uma mensagem de homenagem ao filho. “Lucca é um milagre. Filho, você já está salvando vidas”. A família autorizou ainda a doação dos rins, fígado e córneas. Na mesma rede social, o ex-cruzeirense agradeceu todas as manifestações de carinho e pesar pelo falecimento de Lucca (leia a mensagem na íntegra).