O torcedor brasileiro pode não se lembrar do gol de David Luiz, que prenunciava uma vitória tranquila contra o Chile, nas oitavas de final da Copa do Mundo, há quatro anos, no Mineirão. Ou do gol de empate de Alexis Sánchez, no segundo tempo, que caiu como ducha de água fria sobre os 57 mil torcedores. Mas um lance está marcado na memória de brasileiros e chilenos: o chute forte do atacante Pinilla, aos 14 minutos da segunda prorrogação (119 minutos e 40 segundos, na marcação oficial), que explodiu no travessão de Júlio César, impedindo a eliminação precoce dos brasileiros.

Aos 34 anos, Maurício Pinilla volta a pisar no Mineirão nesta quinta-feira, com a camisa da Universidad de Chile, quatro anos depois da eliminação para o Brasil. A partida também será especial para o defensor Jara, autor da cobrança que decretou a eliminação chilena em Belo Horizonte. Além dos dois, também estavam no Gigante da Pampulha o goleiro Herrera (reserva de Bravo) e o lateral-esquerdo Beausejour.

"Foi um lance doloroso, especialmente para o Pinilla, mas a vitória na Copa América fez os torcedores esquecerem aquele lance. Ele é muito querido pelos chilenos", conta o jornalista chileno Francisco Caneo, da Rádio Cooperativa.

O lance foi tão marcante para Pinilla, que, por algum tempo, esteve gravado sobre sua pele. Meses depois da Copa de 2014, o atacante tatuou o lance nas costas, atitude que gerou polêmica no Chile (foto acima). Tempos depois, o centroavante voltou atrás e fez outro desenho sobre a tatuagem. Na panturrilha, ele tatuou o troféu da Copa América'2015, conquistado nos pênaltis sobre a Argentina (imagem abaixo).

A camisa 9 usada pelo atacante na partida contra o Brasil fica na parede de uma discoteca do jogador, no bairro Bellavista, em Santiago.