“Eu ainda não lancei (a candidatura), mas confirmo o interesse. É uma pré-candidatura. De qualquer forma, devo sair para presidência. Outros já se manifestaram, acho que também tenho direito de me candidatar porque eu sou de uma família fundadora do Palestra e hoje o Palestra está esquecido, não se fala no Cruzeiro mais em Palestra. Já tem um movimento liderado pelo Anísio Ciscotto para um italiano voltar a presidência do Cruzeiro. São 23 anos sem um presidente italiano, de origem italiana. Não temos nada contra um presidente brasileiro, somos contra o esquecimento que está tendo contra a função”, explicou.
No Cruzeiro desde os seis anos, Masci presidiu o Cruzeiro entre 1991 e 1994 e antecedeu a gestão dos irmãos Perrella. Ele conquistou o bicampeonato da Supercopa (1991 e 1992) e a Copa do Brasil (1993). Embora pré-candidato, Masci se mostrou aberto ao diálogo e não descartou compor chapa com um candidato indicado por Gilvan de Pinho Tavares, atual mandatário. “O Bruno (Vicintin), por exemplo, tem meu apoio, seria um bom nome. Desde que tenha um italiano junto com ele. Pietro é um bom nome para compor, existem outros. Sergio (Rodrigues) também é muito bom. Eu não faço questão de ser presidente, o que eu quero é que seja restabelecida a origem do Cruzeiro, porque está esquecida”, criticou.
Como pré-candidato, Masci já tem início de projeto de governo. O ex-mandatário pretende “devolver o Cruzeiro aos cruzeirenses”, já que o clube estaria “na mão de empresários”. Ele usou como exemplo os altos salários pagos ao meia Júlio Baptsita entre 2013 e 2015 e a venda tumultuada do volante Lucas Silva, negociado com o Real Madrid em janeiro de 2015.
“A minha proposta é devolver o Cruzeiro aos cruzeirenses. Está na mão de empresário. Jogadores revelados nas categorias de base já pertencem aos empresários. Não pode contratar um jogador para pagar mais de R$1 milhão por mês ao Julio Baptista, isso inflacionou o Cruzeiro. Não pode o Lucas Silva, na hora que vende, o presidente vai para a imprensa e fala que só tinha 10%. Eu sou contra. Gilvan está na mão de empresário, já pegou assim, não é culpa dele”, denunciou.
Corrida presidencial
Além de Masci, já se declararam pré-candidatos o também ex-presidente Zezé Perrella e o atual 2º vice-presidente, Márcio Rodrigues. Em junho de 2015, o Superesportes já noticiava que correntes e articulações entre conselheiros prometiam eleições acirradas no fim de 2017. A relação entre Gilvan e Perrella, antigos aliados, acabou estremecida durante a gestão de Pinho Tavares. Internamente, o atual mandatário já afirma que apoiará um novo quadro – Sérgio Rodrigues e Bruno Vicintin (em caso de mudança de estatuto) são os mais fortes – ou trabalhará pela criação de um conselho gestor.
Veja outros pontos da entrevista com César Masci:
Mudança de estatuto
Esse movimento passa pela mudança no estatuto, eu sou à favor dessa modificação, mas não só nesse ponto. O estatuto tem que ser muito modificado. O conselho tem que ser mais atuante, o conselho tem que cumprir suas atribuições, deixa tudo por conta do presidente, é responsável por tudo. Com a evolução da administração, a modernização da administração, os valores de passe de jogadores. Antes era um amadorismo, era tudo cargo de sacrifício. Não concordo com o atual sistema de contratação, o Cruzeiro está na mão de empresário. O clube tem um quadro de sócio de futebol de mais de 70 mil sócios. O sócio sustenta sozinho uma folha de pagamento. Com a arrecadação desse quadro
Candidatura de Zezé Perrella
Ele tem todo direito de se candidatar. Só que vai ter que enfrentar os outros. Não pode achar que vai ser eleito, não é por aí. Não é assim. Não adianta sair por aí falando que vai convidar um ou outro para compor chapa, para compor diretoria. O Cruzeiro tem que respeitar a opinião dos 76 mil torcedores
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