Esta terça-feira (13) marcará o fim do sonho de um dos grandes jogadores de futebol desta geração. De um lado, Lionel Messi, 35, vive sua fase mais "maradoniana" para comandar a Argentina em busca do tão aguardado tri. Do outro, Luka Modric, 37, é o maestro da resiliente Croácia. A partir das 16h (de Brasília), os craques, cada um à sua maneira, lideram as seleções na semifinal da Copa do Mundo do Catar, no Estádio Icônico de Lusail.
Genialidades distintas, um só objetivo: chegar à final do próximo domingo (18). Na outra semi, França e a surpreendente seleção de Marrocos medem forças nesta quarta-feira (14) pela outra vaga na decisão.
A importância do momento, porém, impede argentinos e croatas de pensar num futuro que pode nem existir. A hora é agora - Messi e Modric sabem disso.
Messi 'maradoneando'
Aos 35 anos, o craque argentino tem consciência de que está na última Copa da brilhante carreira. É a derradeira chance de alcançar o título que lhe falta para igualar a lenda que o antecedeu e forjou a paixão argentina pelo futebol.
Por isso, vive tudo à flor da pele, com provocações, encaradas e uma relação estreita com o povo, que colore as arquibancadas do Catar em branco e celeste. Um capitão ao estilo Maradona.
"Messi está maradoneando neste Mundial, está mostrando a essência do futebol. É fascinante vê-lo nestes momentos. Não sobra energia e tem que explorar até a última gota de talento. Quem não ama Messi, não ama futebol", declarou o ex-jogador Jorge Valdano, companheiro de Maradona no título da Copa de 1986, ao TyC Sports.
É com esse furor que Messi faz uma nação sonhar novamente. Em cinco partidas no Catar, Leo soma quatro gols e duas assistências - portanto, participação direta em seis das nove vezes em que o time de Lionel Scaloni foi às redes na Copa. Números que o transformam em candidato a melhor do torneio e tornam a Argentina favorita no duelo desta terça.
"Esperamos um jogo muito difícil, contra um time que realmente pode ser chamado de time. Um grande time, um grande grupo e que vai nos tornar difíceis as coisas", avaliou Scaloni, que deixou algumas dúvidas em relação ao time que mandará a campo.
Recuperados de desgaste, o meio-campista De Paul e o atacante Di María estão à disposição. Por outro lado, o técnico não poderá contar com Papu Gómez (lesão muscular) e os laterais Acuña e Montiel (suspensos).
A dúvida é se a Argentina repetirá a linha de cinco jogadores atrás, como foi contra a Holanda, ou se retomará um esquema com quatro (4-4-2 ou 4-3-3). Tudo depende de quem jogará na vaga que resta: Di María, Paredes ou Lisandro López.
Modric, o cérebro do meio
"O meio-campo da Croácia é o melhor do mundo". A frase um tanto pretensiosa do técnico Zlatko Dalic encontra sustentação na histórica classificação croata contra o Brasil nas quartas de final. Brozovic e Kovacic dão sustentação física para a genialidade de Luka Modric.
Aos 37 anos, o meio-campista consegue um privilégio que é para poucos: ser essencial no desempenho de um dos melhores times do mundo. Na Seleção Croata, simula apenas parcialmente o papel que cumpre no Real Madrid. Com a camisa quadriculada, Modric tem sido mais importante na construção inicial das jogadas do que propriamente no terço final.
Não à toa, ainda não fez gol ou deu assistência em cinco jogos na Copa. Por outro lado, o craque tem aproveitamento altíssimo nos passes, é efetivo nas bolas que quebram linhas defensivas e, mesmo veterano, demonstra uma resistência física acima do esperado para suportar seguidas prorrogações.
"Luka continua trabalhando duro e buscando melhorar. Nós vamos precisar dele por um tempo no futuro. Não é o último torneio dele", prometeu Dalic. Vê-lo novamente em uma Copa do Mundo, porém, é muito improvável. Por isso, é tempo de desfrutar do jogador na reta final da carreira.
Para esta terça, a comissão técnica croata avalia a necessidade de mudanças por desgaste, já que a base do time tem se repetido em todos os jogos. A tendência é que Dalic não faça muitas alterações, apesar do cansaço dos atletas, que passaram por Japão e Brasil nos pênaltis após duas prorrogações cansativas. As dúvidas ficam mesmo no ataque.
"Se conseguirmos a vitória, seria a maior partida de todos os tempos para a Croácia. É algo incrível conseguir chegar à semifinal em duas Copas do Mundo de forma consecutiva, mas queremos ir mais adiante. Agora enfrentaremos a Argentina, um timaço liderado por Lionel Messi", projetou Dalic.
Curiosidades do confronto
- Argentina e Croácia se enfrentaram duas vezes em Copas, com uma vitória para cada lado
- Argentina nunca perdeu uma semifinal de Copa (disputou quatro)
- Cinco dos últimos seis jogos mata-mata da Croácia em Copas foram para prorrogação
- Messi vai igualar o alemão Lothar Matthaus como o jogador com mais partidas em Copas (25)
ARGENTINA X CROÁCIA
Argentina
Emiliano Martínez, Molina, Cristian Romero, Otamendi e Tagliafico; De Paul, Mac Allister e Enzo Fernández; Messi, Di Maria (Paredes ou Lisandro López) e Julián Álvarez
Técnico: Lionel Scaloni
Croácia
Livakovic; Juranovic, Lovren, Gvardiol e Barisic; Modric, Brozovic e Kovacic; Kramaric, Livaja (Petkovic) e Perisic
Técnico: Zlatko Dalic
Motivo: semifinal da Copa do Mundo
Local: Estádio Icônico de Lusail, em Lusail, no Catar
Data e horário: terça-feira, 13 de dezembro de 2022, às 16h (de Brasília)
Árbitro: Daniele Orsato (Itália)
Assistentes: Ciro Carbone (Itália) e Alessandro Giallatini (Itália)
VAR: Massimiliano Irrati (Itália)
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