Ex-auxiliar e mentor do técnico Pep Guardiola, Juanma Lillo criticou o estilo de jogo atual das seleções que disputam a Copa do Mundo do Catar e detonou os comentaristas que analisam o resultado e não o jogo em si.
Em análise publicada pelo The Athletic, o atual treinador do Al Sadd se disse arrependido por ter defendido certas ideias no passado que acabaram deixando o futebol homogêneo. Ele também criticou o mercado do futebol.
"O futebol acabou e agora, seja lá o que for, surgiu [outro] que não ouso nomear. O objetivo do jogo foi subvertido - agora eles estão procurando mais consumidores do que fãs, a indústria precisa do dinheiro da TV", disse.
"Eu me sinto como um pai arrependido. Se existe alguma pessoa de quem eu discordo nesse momento, é o eu de 25 anos atrás. Não confie em ninguém que diga que não se arrepende de nada na vida", acrescentou.
Lillo disse que o futebol tem dificuldade de se reinventar. "Globalizamos uma metodologia a ponto de se infiltrar nas Copas do Mundo: se você fizesse os camaroneses e os jogadores do Brasil trocarem de camisa no intervalo, você nem perceberia. Talvez com as tatuagens ou o cabelo amarelo, mas não com a performance", aponta.
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Comentaristas
O ténico espanhol de 57 anos detonou os comentaristas que só dizem obviedades na TV, no rádio e na internet.
"Quantas opiniões que você escuta sobre futebol foram dadas antes do início das partidas? Preste atenção no que é dito antes do jogo - desde que haja alguma coerência, é claro. Depois do jogo, todo mundo é esperto. Você sabe que, se Portugal tivesse perdido por 2 a 0, teria sido uma decisão terrível deixar Cristiano Ronaldo no banco. Como ousa dar a camisa 9 para um garoto que está na elite do futebol há quatro dias?", questionou
"Eu às vezes acho que a partida é quase uma inconveniência para algumas pessoas que só querem elogiar os vencedores e falar m*** sobre os perdedores", finalizou.