Sensor instalado dentro da bola é utilizado para nova tecnologia de impedimento automático (Foto: Reprodução)


Um foto publicada no Reddit, uma rede social de fóruns, espantou o mundo do futebol nesta semana: a imagem de bolas de futebol dentro de sacos plásticos sobre bases de carregamento por indução, que, por sua vez, estão ligadas a tomadas. É como se em vez de bolas fossem smartphones.



 
A questão que surgiu é: por que as bolas precisam ser carregadas?
 
A Al-Rihla, o 14º modelo fornecido pela Adidas em Copas do Mundo, é a primeira bola a conter um sensor interno que permite rastreá-la em tempo real, com câmeras posicionadas ao redor do campo ajudando os árbitros a determinar o impedimento e outras decisões controversas.
 
É o que ficou conhecido como impedimento semiautomático, que já cancelou vários gols na Copa do Mundo do Catar por centímetros.
 
O sensor, de apenas 14 gramas, é alimentado por uma pequena bateria, que a Adidas afirma que pode durar seis horas de uso efetivo ou até 18 dias quando não são usadas.



 
E para carregar essa bateria é que a base de carregamento por indução é necessária, uma vez que a bola é selada.
 
Já se foi o tempo em que apenas uma bomba e um bico eram necessários para manter uma bola de futebol perfeita para ser usada em uma partida. Novos equipamentos se tornaram indispensáveis, tanto dentro quanto fora do campo de jogo.
 
"Sempre que a bola é chutada, cabeceada, lançada ou até mesmo tocada, o sistema a capta a 500 quadros por segundo", disse Maximillian Schmidt, cofundador e diretor administrativo da Kinexon, que fabricou o sensor.
 
"Os dados são enviados em tempo real de sensores para um sistema de posicionamento local (LPS), que envolve uma configuração de antenas de rede instaladas ao redor do campo de jogo que recebem e armazenam os dados para uso imediato", completou.



 
Foi essa tecnologia que tirou um gol do português Cristiano Ronaldo contra o Uruguai. Na segunda-feira (28), Bruno Fernandes cruzou para a área e Ronaldo subiu para cabecear. A bola seguiu sua trajetória e acabou entrando no canto esquerdo do goleiro Sergio Rochet.
 
O atacante português saiu para comemorar seu segundo gol na Copa do Mundo do Catar, o que seria seu nono em Mundiais, igualando a marca de Eusébio. No entanto, instantes mais tarde a Fifa anunciou que o gol havia sido creditado para Bruno Fernandes.
 
Como o lance da cabeçada de Ronaldo ganhou repercussão na imprensa e nas redes sociais, a Adidas divulgou uma nota esclarecendo a situação.



 
"Usando a Tecnologia de Bola Conectada instalada na bola oficial do jogo, a Al Rihla, da Adidas, somos capazes definitivamente de mostrar que não houve contato de Cristiano Ronaldo com a bola no gol de abertura da partida. Nenhuma força externa na bola pôde ser medida, conforme mostrado pela falta de uma 'batida' em nossas medições. O sensor IMU de 500Hz dentro da bola nos permite ser altamente precisos em nossa análise", disse o comunicado publicado na imprensa europeia.