Hassan al-Haydos, do Catar, e Enner Valencia, do Equador: ícones dos estreantes (Foto: Karim JAAFAR e RODRIGO BUENDIA / AFP)


Enviado especial a Doha
Foi-se o tempo em que a abertura da Copa parava o mundo. As derrotas da Argentina para Camarões na inauguração de 1990 e da França para Senegal na largada de 2002 fizeram com que os campeões vigentes saíssem de cena e transferissem o peso do jogo número 1 para os anfitriões. As presenças da Alemanha contra a Costa Rica em 2006; e do Brasil diante da Croácia, em 2014, salvaram a pele da Fifa. Não se pode dizer o mesmo de África do Sul x México (2010) e Rússia x Arábia Saudita (2018). Catar e Equador entram para a lista dos começos inexpressivos neste domingo (20), às 13h (de Brasília), no Estádio Al Bayt.



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A tradição dos dois países no futebol está na formação. A base é forte. O Catar foi vice-campeão do Mundial Sub-20 em 1981, na Austrália, contra a Alemanha. O Equador alcançou a semifinal do torneio em 2019. Eliminado pela Coreia do Sul, derrotou a Itália na decisão do terceiro lugar. 

Dois clubes têm seus papéis na evolução das respectivas seleções. Al-Sadd e Independiente del Valle são, hoje, duas das principais academias formadoras de jogadores não somente para a sustentabilidade dos projetos dos dois times, mas em relação ao futuro das respectivas seleções. 

Dos 26 convocados do Catar, 13 são do Al-Sadd. Metade do elenco. O time era comandado até pouco tempo pelo técnico do Barcelona, Xavi Hernández. Em 1981, o clube tinha apenas dois jogadores no elenco vice-campeão do Mundial de Clubes. Hoje, ostenta metade da seleção principal. Mais do que isso: nenhum time teve mais convocados para a Copa do que o Al-Sadd. 




Do outro lado, o Equador é abastecido por uma máquina de revelar talentos. O Independiente del Valle tornou-se o maior fornecedor de pés de obra da seleção. O sucesso começa na base e impacta no time que representa o país. Dos 26 chamados pelo técnico argentino Gustavo Alfaro, nove foram jogadores do ex-técnico do Internacional, Miguel Ángel Ramírez, justamente no Independiente del Valle. O clube virou referência na América do Sul não somente com um bi na Copa Sul-Americana e vice da Libertadores, mas principalmente pela competência para formar talentos.

Piero Hincapié, Moisés Caicedo, Angelo Preciado, Michel Estrada, Alan Franco, William Pacho, Gonzalo Plata, Jhegson Méndez e Moisés Ramirez estão entre os convocados do Equador para a Copa do Mundo. Todos eles experimentados pelo treinador da base ao profissional.  

Turbinados por jogadores do Al-Sadd e do Independiente del Valle, Catar e Equador precisam vencer, hoje, para evitar surpresas desagradáveis na programação do Grupo A. Em tese, Holanda e Senegal são os favoritos da turma. Portanto, os protagonistas da festa jogam pela sobrevida. 

Na entrevista pré-jogo, o técnico do Catar, o catalão Félix Sanches Bas, destacou a força do elenco para superar dificuldades. Neste ciclo, o país conquistou a Copa da Ásia, participou da Copa América em 2019 e alcançou as semifinais na Copa Ouro.




"Vai ser uma partida especial. Nossa estreia em uma Copa do Mundo. Jogar em casa com nossa torcida vai ser especial. Estamos muito animados por participar depois de tanto tempo chegar esse momento. A expectativa, como sempre, somos muito conscientes de quem somos, contra quem vamos enfrentar. Vamos tentar ser competitivos contra essas equipes, que tem grande nível. Vai ser um grande desafio. Com muita ilusão e contente por estar aqui hoje", comemorou.

O Equador arriscou ser substituído na Copa. O Chile segue protestando pela escalação irregular de Byron Castillo. O jogador nascido na Colômbia - e não naturalizado - é acusado de ter atuado de forma irregular nas Eliminatórias da América do Sul. A Fifa e muito menos a Corte Arbitral do Esporte indeferiram o pedido de exclusão feito pelo Chile. "Se tivessem visto a dor de Byron e a dor do plantel, e se tivessem visto o amor do plantel por Byron. Hoje, Byron, para nós, é uma bandeira", disse o técnico Gustavo Alfaro na coletiva. 

Ficha Técnica


Catar

Al-Sheeb; Miguel, Al-Wari, Salman, Hassan, Ahmed; Hatem, Boudiaf; Al-Haydos; Ali e Afif.
Técnico: Felix Sanches Bas

Equador

Dominguez; Preciado, Torres, Hincapie, Estupinan; Gruezo, Caicedo, Cifuentes; Plata, Valencia e Ibarra.



Técnico: Gustavo Alfaro (Argentina)

Data: 20 de novembro, às 13h (de Brasília)
Local: Estádio Al Bayt, em Al Khor, no Catar
Árbitro: Daniele Orsato (ITA)
Assistentes: Ciro Carbone (ITA) e Alessandro Giallatini (ITA)
Onde assistir:  Fifa Plus, TV Globo, SporTV, GloboPlay, canal CazéTV