Enfim, domingo, 20 de novembro de 2022. Foram quase 1.600 dias de espera desde que Griezmann, Pogba e Mbappé levaram a França ao topo do planeta pela segunda vez na história, em 2018. O momento tão aguardado chegou. Hoje, às 13h (de Brasília), fãs de futebol espalhados pelos continentes assistirão empolgados ao duelo entre Catar e Equador, no Estádio Al Bayt. Seria um confronto que atrairia poucos olhares em qualquer outra ocasião, mas trata-se de uma situação especial: o início da Copa do Mundo.
Estádio Al Bayt, na cidade de Al Khor
Este é um Mundial cercado de expectativas. Foram investidos nada menos que 220 milhões de dólares (cerca de R$ 1,2 trilhão), maior custo da história das Copas.
Porém, a tecnologia, o luxo e um formato inédito com estádios concentrados em pouco espaço não dominam os debates. Na primeira edição em um país árabe, o choque cultural e o desrespeito aos direitos humanos têm sido pauta recorrente.
"Não assista. É como essas pesquisas que mostram alguns candidatos na frente, e depois eles não ganham. Pega bem para alguns dizer que não vão assistir, porque o Catar isso, porque a Fifa aquilo... mas a gente sabe que essas pessoas vão assistir, talvez escondidas. Porque nada é maior do que a Copa do Mundo. Para estas pessoas, as que vão ver escondidas, eu digo que vai ser a melhor Copa do Mundo da história", defendeu o presidente da Fifa, Gianni Infantino, nesse sábado (19).
"Hoje estou com sentimentos muito fortes. Hoje me sinto catari. Hoje me sinto árabe. Hoje me sinto africano. Hoje me sinto gay. Hoje me sinto deficiente. Hoje me sinto como um trabalhador imigrante", prosseguiu o mandatário, em clara referência às leis LGBTfóbicas do país e às denúncias de más condições de trabalho nas obras feitas desde que o país foi eleito para sediar a competição, em 2010.
As respostas de Infantino são uma reação às críticas recebidas pela Fifa por sediar a competição em um país que desrespeita minorias. O contexto fez, inclusive, grandes artistas internacionais se posicionarem.
A britânica Dua Lipa disse que não iria ao Catar até que as leis locais se tornassem mais inclusivas; a imprensa catalã publicou que a colombiana Shakira, figurinha marcada em Copas, recusou o convite de participar da cerimônia de abertura.
O debate deve voltar à tona justamente neste domingo, momentos antes de a bola rolar para a única partida do dia. Às 11h40, a Fifa vai realizar a cerimônia de abertura, que tem previsão de durar 30 minutos.
"O tema é a união de toda a raça humana, interligando diferenças através da humanidade, do respeito e da inclusão. O futebol permite nos unir como uma única tribo, e a Terra é a tenda em que todos nós vivemos", lê-se em comunicado enviado à imprensa.
Quem vai participar?
O tema principal da cerimônia será abordado em um discurso de Ghanim Al Muftah, catari com síndrome de regressão caudal, uma má-formação rara que afeta o desenvolvimento da parte de baixo do corpo, e a cantora Dana Al Fardan, conhecida por ser a primeira mulher catari a cantar em inglês.
A performance musical ficará a cargo do cantor sul-coreano Jung Kook, da banda de k-pop BTS, e do cantor catari Fahad Al-Kubaisi. Eles vão apresentar a música 'Dreamers', mais uma da larga lista de canções produzidas para a Copa do Mundo.
Tradicionalmente, o presidente da Fifa e o chefe de estado do país-sede discursam durante a cerimônia. Portanto, Gianni Infantino e o emir Tamim bin Hamad Al Thani devem se pronunciar e abrir um Mundial bem diferente de todos os anteriores.
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