A Copa do Mundo que começa em 20 de novembro será no Catar, um emirado do Oriente Médio que atrai muita curiosidade. Embora pequeno em extensão, a grandeza econômica do país decorre da exportação de petróleo. Com quase 3 milhões de habitantes, a última transição de governo ocorreu em 2013, quando o emir Hamad al-Thani passou a ocupar o lugar de seu pai.
No sistema vigente de Monarquia absolutista e constitucional, impera a religião islâmica.
Com extensão de 11,5 mil quilômetros quadrados, a capital Doha é localizada em uma baía e conhecida por monumentos e prédios que delineiam a cidade em um grande arranha-céu em meio ao deserto.
Com extensão de 11,5 mil quilômetros quadrados, a capital Doha é localizada em uma baía e conhecida por monumentos e prédios que delineiam a cidade em um grande arranha-céu em meio ao deserto.
Cerca de 75% da população corresponde a estrangeiros, em grande parte de nacionalidade indiana. Isso se dá devido à grande demanda de mão de obra no país – o tratamento precário dado aos empregados durante a construção das estruturas para a Copa foi um problema abordado por ativistas e organizações ao redor do mundo.
Questões sociais
Embora o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Catar seja de 0,856, considerado alto, as condições de trabalho já foram denunciadas como análogas à escravidão.
Ao mesmo tempo em que emprega orçamento em políticas de saúde e educação por exemplo, o jornal inglês "The Guardian" publicou uma análise das contruções feitas desde 2010. Do ano em que o país foi escolhido como sede para a Copa do Mundo até 2020, cerca de 6,5 mil trabalhadores estrangeiros morreram em obras de estádios, infraestruturas e hotéis.
Outro fato que tem sido muito debatido entre a comunidade internacional diz respeito às restrições rígidas da sociedade árabe, como a proibição da homossexualidade.
Reinvindicando o direito da comunidade LGBTQIA+, grupos de Direitos Humanos pedem que todos os torcedores, independentemente de orientação sexual, tenham segurança ao visitar o país.
Reinvindicando o direito da comunidade LGBTQIA+, grupos de Direitos Humanos pedem que todos os torcedores, independentemente de orientação sexual, tenham segurança ao visitar o país.
Após declarações de jogadores como o inglês Harry Kane, que pretende usar a braçadeira de capitão da cor do arco-íris, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, pediu que o futebol seja o foco da Copa.
As tensões aumentaram quando cartazes que proíbem liberdade do grupo LGBTQIA+ foram espalhados em cidades-sede do evento.
As tensões aumentaram quando cartazes que proíbem liberdade do grupo LGBTQIA+ foram espalhados em cidades-sede do evento.
Com grande concentração na capital, onde habitam praticamente 80% da população, o Catar é dividido em oito municípios. Na semana passada, o ex-presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou ter errado na escolha do país como sede do Mundial por considerá-lo pequeno e não proporcional à grandeza do maior evento esportivo do planeta.
A data escolhida para a realização da Copa do Mundo, fora do convencional, também chamou atenção. O fato de ser entre os meses de novembro e dezembro se dá pelo clima do país. Com sol durante todo o ano, as temperaturas chegam a quase 50º no meio do ano, o que acarretaria grande prejuízo ao desempenho e à saúde dos jogadores.
A economia do Catar
O PIB per capita do Catar é o maior entre os 22 países árabes. A renda anual da população, US$ 61,27 mil, é quase 10 vezes maior do que a dos brasileiros, R$ 35,16 mil – segundo os dados nacionais mais atualizados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor é correspondente ao dólar calculado a R$ 5,20.
Mesmo que o petróleo seja considerado o principal motor da economia, o setor que corresponde a 83% das receitas do governo é oriundo do mercado de hidrocarbonetos e seus derivados – como o gás natural. Em 2017, o Catar foi considerado o país mais rico do mundo com a renda per capita atingindo US$ 124 mil.
Com a alta expectativa de vida de 80 anos (82 para mulheres e 79 para homens), a meta de desenvolvimento na economia e infraestrutura é desproporcional, no entanto, à liberdade de expressão. A principal emissora de televisão pan-árabe Al-Jazeera por exemplo, evita fazer críticas ao Estado.