Botafogo é líder das outras duas competições que disputa (Foto: Vitor Silva/Botafogo)


 
No seu melhor momento na temporada até aqui, o Botafogo sofreu um baque importante na última quarta-feira (31). Depois de vencer o Athletico-PR no tempo regulamentar, no Nilton Santos, o alvinegro acabou eliminado nos pênaltis e está fora da Copa do Brasil ainda nas oitavas de final. E essa queda precoce deixou alguns recados para o clube, que segue vivo e bem nas outras duas competições que tem pela frente.




Líder do Campeonato Brasileiro e do seu grupo na Copa Sul-Americana, o Botafogo acabou eliminado da Copa do Brasil em meio a uma maratona de jogos, que se iniciou ainda em abril. Ainda que goste de exaltar que o clube não tem um time titular, o técnico Luís Castro já deixou claro que tem um "11 ideal", ou quase isso, para as partidas mais importantes. 
 
Assim, com muitos jogos ainda pela frente, esta eliminação deixou claro que o Botafogo ainda precisa de reforços para elevar o nível do elenco para seguir firme no Brasileirão e na Copa Sul-Americana. No primeiro jogo contra o  Athletico-PR, em Curitiba, o alvinegrou entrou em campo com um meio de campo mexido e Hugo como titular na lateral-esquerdo. 

Além disso, acidentes e lesões podem acontecer. E, como deixou claro na coletiva depois da eliminação para o Athletico-PR, isso tem preocupado Luís Castro. Na própria partida da última quarta-feira, o lateral-esquerdo Marçal, nome importante do elenco, deixou o jogo ainda no primeiro tempo após sentir dores no joelho direito. Ele deixou o Nilton Santos mancando e será examinado. 




Elevar o nível das opções no banco pode fazer o técnico Luís Castro rodar o elenco com mais tranquilidade e não correr tantos riscos como aconteceu na Arena da Baixada. Mesmo com o 2 a 0 no primeiro tempo, o alvinegro não teve uma boa atuação. E, depois do intervalo, o time sucumbiu à pressão do Athletico-PR.
 
 

Dos quatro tempos do duelo como Athletico-PR, o Botafogo foi melhor em dois, no Nilton Santos, e fez um primeiro tempo equilibrado. No entanto, os 45 minutos finais em Curitiba foram determinantes para o andamento do confronto e certamente condicionaram a atuação do Furacão no jogo de volta. Este tipo de desatenção, principalmente competições eliminatórias, como é a Copa Sul-Americana, pode ser fatal, como foi na Copa do Brasil.
 

Castro fala em construir 'mentalidade vencedora' no Botafogo 

 
A vantagem contruída no primeiro jogo e a possibilidade de levar a decisão para os pênaltis fizeram o Athletico-PR amarrar o jogo. E a arbitragem de Anderson Daronco, com faltas exageradas, também colaborou para isso.



 
Mas, para o Botafogo, um time menos experiente que o Furacão em competições eliminatórias na história recente, faltou saber lidar com esse jogo amarrado e picotado, que pode ser comum em competições sul-americanas, que o clube quer começar a disputar com mais frequência e ir cada vez mais longe.

Perguntado sobre a mentalidade para se vencer as Copas, com jogos eliminatórios, Castro ressaltou que isso se constrói ao longo do tempo. E, como de costume, reforçou que não há como ser imediatista com isso.

- A mentalidade vencedora é algo que se constrói com vitórias. É algo que não se diz, se faz. Ao longo do tempo, temos que ganhar mais do que perder. E instalando essa mentalidade, é muito difícil de tirar. Porque o atleta que chega, sabe que o clube entra para ganhar, entra na Sul-Americana para ganhar, na Libertadores, nos campeonatos. Sinto que estamos nesse caminho. Há clubes que têm esse rótulo mais que outros, e isso se constrói ao longo do tempo. Nosso prazo é curto. Queremos isso para hoje e amanhã. Somos uma sociedade imediatista, queremos as coisas prontas. Queríamos comer, íamos fazer a comida e comíamos. Hoje ligamos e pedimos uma comida. Não tem como ligar e pedir um time vencedor, temos que construir ao longo do tempo. Todos construíram ao longo do tempo - disse Luís Castro em coletiva.

Essa "mentalidade vencedora" citada por Luís Castro na coletiva após a eliminação para o Athletico-PR pode ser uma das principais lições para o clube. A consciência disso, visto pela fala do treinador, é um indício que o Botafogo pode estar no caminho.