Bahia e City Football Group (CFG) anunciaram, no fim da manhã desta quinta-feira (4), a parceria oficial entre o clube baiano e o grupo inglês. O evento, realizado na Arena Fonte Nova, marcou a assinatura oficial do processo de transformação do Bahia em SAF. Estiveram presentes o atual presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, o CEO do CFG, Ferran Soriano, o Diretor de futebol do Bahia, Cadu Santoro, além da apresentação de Raul Aguirre como novo CEO do Bahia.
Bellintani iniciou o evento falando dos motivos que considera cruciais para o City escolher o Bahia para iniciar um projeto no Brasil, e se emocionou ao falar do clube enquanto elemento social da cidade.
- A escolha do City pelo Bahia e do Bahia pelo City, é o resultado de uma visão audaciosa e moderna que o grupo tem pelo futebol brasileiro. Ferran conseguiu olhar o Bahia de uma forma que eu jamais imaginaria, com o tamanho que pode ser, mas com o valor que já tem. O momento é de agradecer e dizer obrigado, mas também dizer “cuidem de nós”. Cuide dessa gente, que é tão preciosa, de cada torcedor que tem uma segunda-feira boa ou ruim a depender do jogo do domingo. Há muita gente nesta cidade cuja única alegria é o Bahia - finalizou o dirigente.
O espanhol Ferran Soriano, CEO do grupo, falou pela primeira vez após a assinatura do contrato que integrou o clube ao conglomerado do CFG, assumindo a gestão do futebol do Bahia dentro e fora de campo. O espanhol falou sobre o grau de importância do clube no grupo e ainda citou a torcida e a história do Bahia foram fundamentais para a decisão.
- Celebramos o primeiro dia de um relacionamento de longo prazo, que tem o objetivo de levar o Bahia ao máximo do seu potencial. É uma honra estar aqui, mas com muita responsabilidade. Todos os nossos times têm uma história, mas o Bahia é excepcional, pelo seu tamanho, tamanho da torcida. O Bahia vai ser o segundo maior do grupo, também pela sua significação social - iniciou Soriano.
Porque a escolha pelo Bahia?
Em dezembro de 2022, os sócios do Bahia votaram e aceitaram, com 98,6%, a proposta do City de fazer do clube uma marca dentro do seu grupo. As negociações duraram pouco mais de 1 ano. Durante sua fala, Soriano citou as possibilidades da entrada do City no futebol Brasileiro. “Querendo ser os maiores e melhores (grupo), tínhamos que estar no Brasil, o país do futebol”.
Soriano aproveitou o momento para falar sobre a estratégia do grupo e a filosofia do trabalho que será implantado nos próximos anos, e qual investimento será feito. “No grupo, temos uma filosofia de jogar que chamamos de ‘beautiful football', que tem a ver com o amor pelo jogo, pela bola, pelo futebol. O clube tem que ser financeiramente sustentável, não adianta perder dinheiro. Temos um compromisso de investir até 1 bilhão de reais”.
Raul Aguirre: novo CEO do Bahia
O momento também marcou a apresentação do novo CEO da SAF do Bahia, Raul Aguirre. Soriano apresentou o dirigente que será o responsável pelo processo que chamou de “ligar na tomada”.
- Sua missão é integrar as ações do Bahia dentro do sistema City e aproveitar tudo que o grupo tem para dar, na área comercial, financeira, de operações, marketing e tudo mais. Todos os recursos necessários: tecnologia know how, pessoal e experiência. Não há nenhuma razão para não termos a mesma experiência que temos em Manchester ou em outro lugar - concluiu.
Ativos do clube, Fonte Nova e integração no Grupo
O evento apenas oficializou a entrada oficial do Bahia no grupo, mas as ações já vinham acontecendo. Na quarta-feira (4), o clube concluiu a transferência para a SAF todos os contratos de atletas que o clube possui. Os jogadores do futebol masculino, feminino e divisão de base agora têm vínculo com o Bahia S.A.F.
Em termos de estrutura, hoje o Bahia possui dois espaços para treinamento. O principal, CT Evaristo de Macêdo, localizado na cidade de Dias D’Ávila, 50 km da capital baiana, e o Fazendão, antigo CT, que fica próximo do aeroporto de Salvador. A Fonte Nova, estádio que o clube costuma mandar seus jogos, pertence ao Governo do Estado da Bahia, mas Ferran não descarta qualquer negociação do clube, sob a tutela do City, para tentar adquirir oficialmente o estádio.
- Pensamos em tudo, as possibilidades estão todas abertas, mas precisamos entender mais, falar com as pessoas envolvidas. Temos trabalhado com Guilherme e seu time, mas só hoje que assinei o documento e tenho a legitimidade de falar com as pessoas certas e entender as possibilidades para a Fonte Nova - enfatizou Soriano.
Questionado sobre o prazo total para a integração do Bahia com o conglomerado do City, o dirigente foi direto: 6 meses. Em comparação com outros clubes, Soriano afirmou que encontrou o Bahia em condições melhores que outros clubes do grupo. “Acho que vai demorar até o final do ano para fazer essa integração. O que encontrarmos no clube é bom, muitos bons profissionais, em outros clubes demorou mais tempo, no Bahia vamos ser capazes de funcionar como o CFG funciona em 6 meses”, finalizou.