Uma das grandes histórias do Atlético-MG no mês até o momento é o retorno do lateral-esquerdo Guilherme Arana, que ficou fora de ação por nove meses devido a uma grave lesão no joelho. O clube mostrou os bastidores desde a lesão até o retorno do jogador em um documentário emocionante.

Guilherme Arana se lesionou no dia 7 de setembro de 2022, nos minutos finais do empate em 1 a 1 contra o Red Bull Bragantino, no Mineirão. Ele teve uma lesão multiligamentar no joelho esquerdo, uma ruptura grande no menisco medial, uma lesão de cartilagem e uma pequena fratura por afundamento. O jogador está próximo de ser convocado para a Copa do Mundo do Catar:

- Eu estava vivendo uma fase especial, próximo de realizar um sonho de jogar uma Copa do Mundo. Quando recebi a entrada, vi que não era normal, senti uma dor muito grande na hora. Na segunda tinha convocação. Eu estava convocado, mas fui cortado. O Tite me ligou, foram dias difíceis - disse o lateral.

 

 

Arana passou por cirurgia e precisou ficar três semanas sem poder colocar o pé no chão. Depois, mais três com um objeto que limitava seus movimentos. Quando tirou, o limitador, queria queimá-lo, mas foi convencido pela esposa de aquilo era um símbolo de superação e decidiu expor ele em sua sala de troféus.

Sem o limitador, foi para a fisioterapia onde precisava iniciar o processo de voltar a ter flexibilização do joelho. Para ele, a pior etapa: “É uma dor que eu não consigo nem explicar. Teve uma vez que eu quase desmaiei”, disse o jogador enquanto as imagens dele com clara feição de dor aparecem no documentário: “Esse momento pra mim foi marcante pois é uma dor surreal”.

Depois desse longo processo, Arana foi liberado para voltar a trabalhar no campo, primeiro de forma isolada e depois com o grupo, até ser finalmente liberado para jogar. No entanto, sua reestreia foi acontecer um mês depois da liberação:

- O Chacho (Coudet) me chamou na sala dele e me perguntou se eu estava pronto para viajar pro jogo contra o Cruzeiro. E eu falei que sim, que estava pronto e esperando por esse momento. Passa um filme na cabeça, do sofrimento e da espera.

A esposa de Arana revela que ele ligou avisando que só iria jogar no dia 10 de junho, mas minutos depois ligou novamente empolgado que iria viajar para o clássico contra o Cruzeiro em Uberlândia, no dia 3.

Arana não entrou em campo contra o Cruzeiro, mas reestreou na partida seguinte, contra o Alianza Lima, no Peru, entrando no segundo tempo. No jogo seguinte, voltou a jogar no Mineirão, justamente contra o Bragantino, adversário do fatídico dia. Ele agradeceu o apoio da torcida desde a lesão até o retorno.

 

Guilherme Arana revelou que a lesão serviu para ele se aproximar do filho, que leva o nome dele, e que virou amuleto do Atlético no histórico ano de 2021. O jogador explicou que, no início, o Mini Guissa, como é chamado, não entendia a lesão e chegou a ficar bravo pois o pai não podia brincar com ele. No entanto, depois entendeu e eles se acertaram:

- Foi estranhando, ficou irritado comigo, mas depois ele entendeu e o tempo foi passando, pude apoiar o pé no chão e brincar com ele. Foi um momento bacana, ele ficou mais próximo de mim e eu dele. A gente criou um elo que, talvez se eu estivesse jogando, seria diferente, pois estaria bem distante.