Nesta quarta-feira (17), o Cruzeiro confirmou que levará o clássico com o Atlético-MG, no dia 3 de junho, para o Estádio Parque do Sabiá, em Uberlândia. A notícia traz boas lembranças para os torcedores do Galo, já que no único clássico pelo Brasileirão jogado no Triângulo, o Alvinegro fez um jogo inesquecível.

O ano era 2010. 31ª rodada do Brasileirão daquele ano. No dia 24 de outubro, o então líder Cruzeiro mandou o clássico contra o Atlético-MG, que estava na zona de rebaixmento, no estádio que ainda tinha o nome do ex-presidente da Fifa, João Havelange.

O jogo começou já na disputa da moeda. O Atlético-MG ganhou e escolheu atacar para o gol que dá de costas para o parque homônimo. Não parece grande coisa para quem vê de fora, mas atacar para o lado do parque era uma tradição do Cruzeiro, que venceu quatro jogos seguidos no estádio com gols no primeiro tempo atacando para o lado do parque.

E o jogo mental do Galo deu certo. Logo aos quatro minutos da partida, Leandro arrancou pela esquerda e cruzou para Obina marcar o gol que abriu o placar. O momento foi muito comemorado por torcedores infiltrados do Galo, que foram prontamente expulsos, já que apenas fãs do Cruzeiro poderiam estar no estádio.

Eles não puderam comemorar, pelo menos dentro do estádio, o segundo gol. O mesmo Obina aumentou o placar aos 23, aproveitando mais um cruzamento.

Quando tudo parecia dar certo para o Galo, o Cruzeiro teve a sua melhor chance aos 27, quando Werley cometeu pênalti em Edcarlos. O craque da temporada, Montillo, foi para a batida e tentou uma cavadinha, mas acabou mandando por cima do gol.

Um minuto depois Montillo errar o pênalti, Obina colocou seu nome na história do Galo. O atacante recebeu de Serginho e marcou seu terceiro gol na partida. Naquele momento, ele se tornou apenas o segundo jogador do Atlético-MG a marcar três gols no clássico desde 1965, ano de inauguração do Mineirão. Tucho havia sido o único antes do baiano.

Gilberto ainda diminuiu no primeiro, mas o estrago já estava feito. 

Na etapa final, Réver aumentou para o Galo e o Cruzeiro fez dois gols em três minutos, ambos com Thiago Ribeiro, dando uma nova esperança. No entanto, o Galo segurou e conseguiu uma vitória importante para escapar do rebaixamento, enquanto o Cruzeiro nunca mais voltou à liderança do campeonato. 

Após a vitória, Obina comemorou muito, agradeceu a família e disse que é "um cara iluminado por Deus".

- Não teve coisa melhor do que chegar em casa e ouvir minha filha dizer: 'Pai, eu vi você fazendo os gols'. A minha esposa falou 'Você é o melhor, parabéns'. A minha força vem disso, da minha família. Ela é o mais importante neste momento. Minha mãe, meu pai, meus irmãos, minha esposa e minha família. É com eles que choro nos momentos ruins e nos bons. Lembro desse sentimento quando entro em campo, pois sei que posso fazê-los felizes. Sou um cara iluminado por Deus. Peço sempre para Deus me dar forças e oportunidades. E procuro não desperdiçá-las. Dediquei meus gols ao grupo, uma tropa de elite, osso duro de roe - disse o atacante ao "ge". 

 

FICHA TÉCNICA

CRUZEIRO 3 x 4 ATLÉTICO-MG