Atlético avança em negociações por venda de parte da SAF (Foto: Divulgação/Atlético)

 
O Atlético deu mais um passo para vender parte das ações da Sociedade Anônima de Futebol (SAF). Nesta semana, o clube concluiu o processo de diligência junto ao americano Peter Grieve e avançou nas negociações.




A diligência consiste na análise de todas as informações envolvendo o histórico de desempenho financeiro do Atlético. Nela, o empresário avaliou o balanço, ativo e passivo, dívidas, projeções futuras, lucratividade, demonstração de resultados, entre outros.

A informação foi adiantada pela Rádio Itatiaia, cujo acionista é também um dos mecenas do Atlético, e confirmada pelo Superesportes nesta sexta-feira (28/4).

As negociações entre Galo e Peter já duram seis meses. A diligência foi iniciada no começo deste ano e é considerada a parte mais complexa e demorada do processo. 



 
Agora, as partes iniciam o Memorando de Entendimentos (MOU - Memorandum of Understanding), um pré-contrato que prevê quais serão as obrigações e regras utilizadas em caso de conclusão do negócio.
 
É nesta fase que ficará decidido, de fato, qual será a porcentagem cedida ao investidor. Com a conclusão do MOU, Atlético e Peter podem iniciar o fechamento do contrato final. 
 
A reportagem consultou Luiz Henrique Martins, advogado especialista em SAF's, para entender os próximos passos das negociações.
 

A importância da SAF para o Atlético

 

O principal plano do Atlético para reduzir a dívida de R$ 1,571 bilhão (sem incluir o empréstimo para conclusão das obras da Arena MRV) é acertar a venda de parte da Sociedade Anônima de Futebol (SAF). Com o avanço nas negociações, a diretoria aguarda uma proposta formal nos próximos meses. 




 

"A SAF é considerada a única maneira de sanear o clube", afirma um dos dirigentes do clube, que ressalta a importância do fechamento do negócio ainda no primeiro semestre de 2023. 


Parte dessa dívida pode ser convertida em ações da SAF para Rubens Menin. Além dele, existe a possibilidade de outros membros do colegiado assumirem o controle do clube. São eles: Renato Salvador, Ricardo Guimarães e Rafael Menin, filho de Rubens, que completam os 4 R's.  
 
Segundo a Rádio Itatiaia, os mecenas vão investir mais R$ 100 milhões de imediato, além dos R$ 300 milhões já colocados no clube. O valor total da venda deve chegar a R$ 1,8 bilhão, incluindo a Arena MRV e a Cidade do Galo na operação.
 
Nos bastidores, a expectativa da cúpula alvinegra é que a proposta oficial seja levada ao Conselho Deliberativo até julho.

"Pelo o que está sendo visto, não tem nenhuma parecida com o que estamos desenhando e planejamos entregar para o Conselho nos próximos 60 dias", disse Guimarães ao Superesportes, em 10 de abril. 



 

O parceiro do Atlético 

 

Grieve é o acionista fundador, integrante do comitê de administração e presidente da The Football Co. De acordo com ele, os investimentos iniciais da empresa no ramo futebolístico serão de 1 bilhão de dólares (R$ 5 bilhões da cotação atual).

Em entrevista ao site Off The Pitch, o empresário garante que o grupo já adquiriu clubes da Conmebol, da Concacaf e da Uefa, além de "academias de futebol em países em desenvolvimento".

 

No Brasil, Grieve tentou um acordo com o Botafogo, que preferiu se acertar com John Textor. Neste momento, o grupo interessado no Atlético alega ter negociações com um clube inglês e vários pelo mundo.




 

"Eles estão prontos e preparados para um 'big bang'. Os clubes pertencem individualmente aos seus próprios investidores. Há um 'big bang' que vai uní-los (no The Football Co.)", prometeu o empresário estadunidense.

 

Os nomes dos outros investidores do grupo são mantidos sob sigilo por Grieve. A promessa é que a lista seja revelada aos poucos, provavelmente quando os primeiros acordos com clubes forem anunciados oficialmente na primavera no Hemisfério Norte (entre março e junho).