Rubens Menin, principal mecenas do Atlético (Foto: Pedro Souza/Atlético)


Em conversa com jornalistas na sede do Atlético, em Belo Horizonte, na última quarta-feira (26/4), o CEO Bruno Muzzi e o diretor Paulo Braz esclareceram questões importantes relativas às finanças do clube mineiro. Os dirigentes atualizaram, inclusive, quanto o Galo deve a Rubens Menin, principal mecenas da instituição.



 
Dugout
 

Conforme as informações divulgadas pelo próprio Atlético, a família Menin investiu cerca de R$ 270 milhões para contratações realizadas entre o início de 2020 e fevereiro de 2021. Segundo declarações de Rubens e Rafael (filho), esses empréstimos ao Galo não têm juros e correções.

No entanto, os "mútuos", como caracterizado pelos Menin, não são o único aspecto financeiro que relacionam a família com o Galo. Os donos da MRV Engenharia, do Banco Inter e outros empreendimentos são avalistas de outros empréstimos alvinegros com instituições financeiras.

O valor total chega a R$ 900 milhões, segundo Bruno Muzzi e Paulo Braz, considerando os avais a empréstimos e o dinheiro diretamente injetado no futebol do clube mineiro.




Em 2022, o Atlético recorreu a diversos bancos para manter as contas do futebol em dia. Ainda conforme informações divulgadas pelo próprio Galo, as taxas vencem até o fim deste ano, quando acaba a gestão do presidente Sérgio Coelho, com juros médios de 18% ao ano.
 
 

Dívida do Atlético


O Atlético enviou aos seus conselheiros o balanço referente ao ano de 2022. De acordo com o clube, a dívida subiu de R$ 1,312 bilhão para 1,571 bilhão. Nessa conta não entra a operação de R$ 440 milhões para concluir as obras da Arena MRV.

Segundo o Atlético, o recurso de R$ 440 milhões foi obtido por meio de um empréstimo em um banco, que recebeu como contrapartida o dinheiro da venda de camarotes e cadeiras cativas do estádio.



Em seu demonstrativo, o Galo informou um passivo de R$ 843,4 milhões com empréstimos e financiamentos - R$ 575,4 milhões com vencimento em curto prazo (circulante) e R$ 268 milhões em longo prazo (não circulante).

Dívidas do Atlético com bancos


Dos R$ 843,4 milhões de dívidas, R$ 654 milhões são com instituições financeiras. O Banco Inter, controlado pela família de Rubens e Rafael Menin, tem R$ 59,3 milhões a receber do Galo. O Bmg, de Ricardo Guimarães, detém crédito de R$ 89,1 milhões.

Há ainda pendência de R$ 8,9 milhões com o Polo Clubes Fundo de Investimentos Creditórios, que consiste na antecipação de cotas de transmissão da TV Globo.




Os outros bancos com os quais o Galo precisa se acertar são ABC, Daycoval, Genial, Indusval, Btg Pactual, Pine e XP. Recentemente, o clube zerou um empréstimo no Mercantil do Brasil.

Em 2022, o Atlético contabilizou R$ 698,8 milhões em adições de novos empréstimos, ao passo que pagou R$ 435,2 milhões na mesma natureza, incluindo juros.