A aposentada Myrza Guimarães, atleticana de 69 anos, ganhou os noticiários esportivos em função da reportagem publicada pelo Superesportes sobre uma placa colocada pelo América em frente à janela de sua casa, vizinha ao estádio Independência. Moradora do local desde 2011, ela se acostumou a acompanhar as partidas do Galo sem sair da própria residência. Porém, com o "empecilho" colocado pela gestão do Coelho, a solução foi ligar a televisão para assistir ao duelo de ida da final do Campeonato Mineiro.



A reportagem do Superesportes esteve na casa de dona Myrza na tarde deste sábado (1º/4) e registrou a reunião de amigos e familiares da senhora fanática pelo Atlético. Segundo ela, uma vitória no jogo de hoje teria um gostinho especial. “Não importa essa placa, com esse decacampeão barango não. Se o Galo ganhar hoje vai ter um gostinho especial, mas se ganhar o campeonato é algo normal”.

Ela ainda rebateu as acusações de que usa a localização da janela para xingar os profissionais americanos e atirar coisas no campo. Segundo ela, debaixo de sua casa, ficam policiais. “Ninguém aqui é capaz de fazer essas coisas. Qual a chance de eu ficar jogando coisas na polícia. Eu posso ser velha, mas não sou doida nem burra. Fora que minha educação não permite isso”.

Os preparativos para o jogo na casa da dona Myrza começaram bem antes do apito inicial. Ainda nem eram 15h quando Sophia César, de 19 anos, familiar da atleticana, subiu no telhado da casa para posicionar uma caixa de som virada para o Independência.

Enquanto a jovem se equilibrava no telhado, Myrza e outras convidadas confeccionavam enfeites e penduravam uma bandeira do Atlético na janela. Após a instalação da caixa de som, músicas relacionadas ao Atlético tocaram ininterruptamente.

Sophia contou que, ao saber da instalação do outdoor, amigos e parentes que têm o hábito de assistir às partidas na casa de dona Myrza combinaram de fazer bastante barulho. “Quando a gente ficou sabendo que fechou a janela todo mundo ficou revoltado, então a gente já combinou de no sábado vir para cá e fazer muito barulho, gritar demais, trazer caixa de som, para incomodar mesmo”.

Os torcedores presentes cumpriram a promessa de incomodar. Com o som ligado, muitos gritos de músicas do Atlético ecoaram da janela durante o pré-jogo.

Apesar da localização privilegiada, o outdoor obrigou a dona Myrza a assistir o jogo pela televisão. Mônica César, 47 anos, amiga de Myrza, disse que não poder ver o jogo é frustrante, mas que garantiu que isso não diminui a animação. “Muito pelo contrário, a gente veio aqui com a animação dobrada. Não tem placa ou impeditivo que vai fazer a torcida do Galo ficar desanimada”.

Dona Myrza, por sua vez, aproveitou para provocar o América. “Não mudou nada. O América é tão pequeno que ele não percebe a grandeza do ser atleticano, do gritar Galo. A gente sobe no telhado, vê na televisão, o negócio é o Galo”.

“Com essa atitude do América, eles assinaram um atestado de pequenez. De se importar com uma janelinha de um metro quadrado, com uma velha gritando ‘Galo’. Eu estou impressionada. Achei que o América era pequeno, mas agora estou convencida que ele é um micróbio”, provocou a atleticana.



O Atlético venceu o América por 3 a 2 no primeiro jogo da final do Mineiro. Pavón e Hyoran abriram 2 a 0 para o Galo, Benítez, duas vezes, deixou tudo igual, e Hulk, aos 51 do segundo tempo, anotou o tento da vitória alvinegra. Com isso, o Galo pode até perder por um gol no duelo de volta, dia 9 de abril (domingo), às 16h30, no Mineirão.