Rafael Menin, empresário e integrante dos 4R's do Atlético (Foto: Bruno Sousa/Atlético)


Integrante do grupo conhecido como 4R's, o empresário e mecenas Rafael Menin estima que o Atlético "economizou" cerca de R$ 80 milhões com os empréstimos sem juros que obteve junto à família Menin. O investidor explicou o raciocínio em entrevista ao canal Bica Galo, no YouTube, na última quarta-feira (1/2).



Dugout
 

Rafael Menin caracteriza o acordo que ele e seu pai, Rubens, fizeram com o Atlético como um "mútuo", e não empréstimo. Na legislação, o termo diz respeito a documento que comprova a realização da cessão de recursos financeiros entre pessoas jurídicas e pessoas físicas ou entre pessoas jurídicas.

Ainda que, de acordo com o Art. 591 do Código Civil, o contrato mútuo presuma a cobrança de juros, Rafael usa a expressão para definir a parceria de sua família com o clube mineiro. O empresário garante que os aportes não são corrigidos nem mesmo pela inflação e, diante da ausência destas taxas, o Atlético já economizou cerca de R$ 80 milhões - que também fariam parte da dívida onerosa da instituição.

"A gente fez um mútuo para o Atlético. Não é um empréstimo, é um mútuo. Não existe uma transação financeira sem correção. No nosso caso, não tem correção nem pela inflação. Zero de CDI [Certificado de Depósito Interbancário]. Zero, zero, zero. Se a gente aplicar a Selic no que foi emprestado para o Atlético, é como se fosse uma doação de R$ 80 milhões que a gente fez até agora, com juros que não foram e nunca serão cobrados. Dá mais ou menos R$ 80 milhões, além do terreno da Arena MRV, que dão outros R$ 50 milhões. Então, de fato, R$ 130 milhões foi doação pura para o Atlético. Doação mesmo", afirmou.




Participação da família Menin na SAF


Em fase de negociação com investidores - sendo Peter Grieve o mais próximo de um acordo -, a SAF do Atlético tende a ter um percentual ligado à família Menin.

Na mesma entrevista, Rafael disse que o futebol não seria um investimento prioritário para ele e o pai, mas enfatizou que eles aceitarão a condição caso esta seja fundamental para viabilizar a transformação em clube-empresa.

"Esses R$ 200 e tantos milhões, que é o mútuo, que foi constituído a partir de 2020, se o Conselho [Deliberativo] e o investidor entenderem que a nossa participação na SAF é fundamental, a gente fica. Se não, a gente não fica. Não é o tipo de investimento que a gente gostaria de fazer, investir em futebol. Mas, se for uma demanda para viabilizar a SAF, a gente topa ficar", assegurou.



 
Dugout
 

O empresário também estima que a associação Atlético deve ficar com pouco menos de 40% das ações da SAF. A ideia da cúpula do clube mineiro é que o Conselho siga tendo voz ativa nas decisões relativas ao futuro da instituição.

proposta deve ser detalhada aos conselheiros na metade do mês de março.