Na última quarta-feira (16/11), o diretor de futebol Rodrigo Caetano, do Atlético, explicou a saída do argentino Eduardo Coudet do comando do Internacional em 2020. O treinador de 48 anos é um dos nomes que agradam a alta cúpula do Galo para assumir a equipe em 2023.
Na avaliação de Caetano, o desgaste no Colorado foi gerado pela distância entre expectativa e realidade. O diretor alega que o clube gaúcho não teve condições de cumprir o que prometeu a Coudet em dezembro de 2019, quando o argentino foi contratado.
"Em relação ao Coudet, na verdade, foi uma questão de filosofia na época do Internacional. Quando nós contratamos o Eduardo Coudet, no final de 2019, ele assumiu em janeiro de 2020. Todos nós sabemos a catástrofe que aconteceu a partir de março de 2020 com a vinda da pandemia", relembrou.
"Foi ali que nós, no Internacional, se já não tínhamos muitas condições financeiras, elas inverteram a lógica. Teve época de redução salarial de todos os funcionários e atletas, e a gente não teve condições de atender o Coudet naquilo que havia sido proposto no início", acrescentou Rodrigo Caetano.
Trabalho e saída de Coudet
Mesmo tendo trabalhado por menos de um ano no Internacional, o comando de Coudet foi bem avaliado pelo mundo da bola. Em 46 jogos na direção do Colorado, o argentino teve 24 vitórias, 13 empates e nove derrotas. Naquela temporada, o Inter viria a ser vice-campeão brasileiro, com um ponto a menos que o Flamengo.
"Enfim, ele fez um grande trabalho lá. O nosso modelo foi para a contratação de jogadores mais jovens e oportunidades. Eu lembro bem de dois que a gente acabou levando: um deles o Yuri Alberto, que gerou tudo o que gerou para o Internacional de receita, e o outro o Maurício, que era aqui do Cruzeiro, numa troca com o Pottker. Hoje, o Maurício certamente é um dos destaques do Internacional no Campeonato Brasileiro", avaliou Caetano.
A saída de Coudet, no entanto, se deu ainda em novembro de 2020 - antes do fim da temporada. O atual diretor de futebol do Atlético relembrou o desgaste entre o técnico e a diretoria pelo nível de investimentos, mas garantiu que não há nenhum tipo de mágoa e ressaltou: "Nós mantivemos contato muitas e muitas vezes".
"Era o que se podia fazer na época. Aí, o Coudet não se sentiu satisfeito com isso e teve uma proposta do Celta de Vigo. Pagou a sua multa, rescindiu e foi. Depois disso, nós mantivemos contato muitas e muitas vezes. É um grande treinador sim, mas eu volto a dizer: eu acho que toda essa situação ocorreu por conta da pandemia. Ele sempre me disse: 'Eu vou para o Brasil para ser campeão, para disputar título'. Como a janela fechou na época, e nós não fizemos grandes movimentos, por questões óbvias, ele optou por sair. Foi isso", encerrou Caetano.