Rodrigo Caetano, diretor de futebol do Atlético, falou sobre a temporada em entrevista coletiva (Foto: Divulgação/Atlético)


Em entrevista concedida na última quarta-feira (16/11), o diretor de futebol Rodrigo Caetano refletiu sobre os erros e problemas que impactaram o Atlético no ano de 2022. Entre outros temas, o dirigente abordou a competição priorizada, a condução da demissão do técnico "El Turco" Mohamed e os reforços que chegaram durante a temporada.



 
 

Saída de Cuca do Atlético em 2021


A princípio, Caetano voltou a lamentar a saída de Cuca no fim de 2021. O diretor relembrou que a alta cúpula do Atlético não estava preparada para a decisão e, portanto, teve "prejuízos" em todos os sentidos com a decisão.

"É óbvio que a interrupção de um trabalho sempre nos traz prejuízos, porque aí demora um tempo de adaptação. Um novo comandante, um novo modelo. Não estou aqui culpando A, B ou C, mas óbvio que, depois das conquistas do ano passado, a saída do Cuca (da forma como aconteceu, em termos de nós não estarmos preparados em uma época avançada) trouxe prejuízos. Ele já conhecia o elenco, tinha o elenco nas mãos", relembrou.

Foco do Atlético na temporada


Mais uma vez, Caetano enfatizou que o Galo deu foco excessivo à Copa do Brasil e à Copa Libertadores, deixando o Campeonato Brasileiro em segundo plano. Ele garante que essa é uma lição tirada pelo clube para a temporada de 2023.




As quedas nas copas minaram o emocional da equipe, que se viu em queda no segundo semestre no Campeonato Brasileiro. O Alvinegro terminou a principal competição nacional na 7ª posição, com 58 pontos.

"Depois disso, em termos esportivos, deveríamos ter mantido a estratégia do ano passado - que era dar ao Campeonato Brasileiro o foco principal e carregar junto, ao lado, em paralelo, as copas. Isso com certeza faríamos diferente. Algo que serviu de lição para, nos próximos anos, a gente sempre saber que o Campeonato Brasileiro sempre será importantíssimo e ele sustenta o teu sucesso nas copas", opinou.

Turco e Cuca


Na sequência, o dirigente lamentou todo o processo que resultou na demissão do técnico "El Turco" Mohamed. Àquela altura, mesmo sob forte pressão da torcida, Caetano foi a principal voz que saiu em defesa do treinador argentino nas reuniões da alta cúpula do Atlético.



 
 

"O Turco eu carreguei durante muito tempo, com críticas. E elas são justas, porque assumi essa responsabilidade. É uma questão de filosofia na manutenção do treinador. A questão externa fez com que até o próprio Turco se sentisse desconfortável com a situação. Os números eram ótimos, as conquistas também. Ele é uma pessoa fantástica", disse Caetano.

O dirigente comentou o processo de troca de comando: "A gente só foi procurar o Cuca depois de ter tomado a decisão do desligamento do Turco, que eu lamento. Obviamente lamento. Vimos casos aí em que o treinador permaneceu e acabou superando essas oscilações. Mas enfim".

"Acho que, com o Turco, nós tivemos resultados e, muitas das vezes, não tivemos performance. Com o Cuca, nós tivemos muita performance, em vários jogos (time protagonista, agressivo, dominante), mas a tomada de decisão não nos levou às vitórias", acrescentou.




Reforços do Atlético no meio de 2022


Por fim, Rodrigo Caetano lamentou as condições em que chegaram os jogadores contratados na metade da temporada. De todos eles, o zagueiro Jemerson foi o único que conseguiu melhor adaptação e assumiu vaga no time titular na reta final da temporada. O diretor de futebol também mencionou as graves lesões no fim do ano.

"O que eu lamento também é o fato de termos trazido jogadores de mercados que tiveram uma parada mais longa, enfim. No meio de temporada. Isso traz muitas consequências. Nós tivemos lesões graves - caso do Pedrinho, que praticamente não conseguiu jogar. O próprio Alan Kardec, com a fatalidade de uma hérnia. Dois ligamentos cruzados, Igor e Arana. O próprio Hulk, que nunca teve lesão. Isso é de se lamentar", disse.

"Em resumo: na questão esportiva, é sempre dar a devida prioridade ao Campeonato Brasileiro. E penso que a saída do Cuca, independente do nome do substituto (que fosse o Turco ou outro), sempre traz consequências. Principalmente porque o Cuca é, foi e será um dos maiores - senão o maior - treinador da história do Galo", encerrou.