Nos programas e portais esportivos, assim como em debates de torcedores nas redes sociais, muito se discute sobre o tema: qual foi o principal erro do Atlético em 2022? O questionamento foi respondido pelo diretor de futebol Rodrigo Caetano, em entrevista à Rede 98 na última terça-feira (13/9).
Caetano foi direto ao analisar a temporada do Atlético, que deve terminar com os títulos do Campeonato Mineiro e da Supercopa do Brasil. Na avaliação do dirigente, o clube, de modo geral, deu mais foco aos jogos eliminatórios (Copa do Brasil e Copa Libertadores) do que ao Campeonato Brasileiro.
"Nós, infelizmente, em alguns momentos, demos um foco maior para os jogos eliminatórios. Isso é um pecado que se comete. Eu acho que a copa tem que andar ao lado, porque se você estiver muito bem no Campeonato Brasileiro... Um clube como o Atlético, como outros dois ou três, que tem elenco, que tem capacidade de estar na ponta em todas elas, tem que botar o campeonato da liga como sendo a prioridade. Porque o da copa vem ao natural. E não inverter essa balança", analisou.
"Se nós temos elenco, investimento, vamos ter estádio e vamos nos organizar financeiramente, a gente tem que incutir na cabeça de todos nós (inclusive a minha) de que não tem nada mais importante que o Campeonato Brasileiro. E depois, nós vamos ver o jogo da copa, e depois da outra copa. Isso, talvez, tenha sido um dos erros", completou.
Rodrigo Caetano também assegura que não houve qualquer tipo de problema com o nível de entrega dos jogadores, como especulado principalmente por parte da torcida nas redes. O diretor de futebol mencionou o confronto com o Flamengo, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, como um ponto de desequilíbrio na temporada.
"Talvez, se fosse outro clube que não, nas oitavas, a gente poderia, naquele período, ter feito jogos melhores no Brasileiro. Da mesma forma como foi na Libertadores. Isso é um sentimento, e eu já dividi isso internamente com os demais", acrescentou.
Outro erro de 2022
Ainda segundo o dirigente, o Atlético pecou, de certa forma, por ter contratado jogadores que não reuniam condições físicas ideais para estrear mais rapidamente. Rodrigo fez questão de elogiar a qualidade técnica dos reforços, mas mencionou o tempo necessário para adaptação como um fator negativo.
"Te diria outros. Por essa condição de trazer jogadores em final de contrato, nós trouxemos jogadores que fazia tempo que não atuavam. Essa conta é alta, porque o cara vem, tem que se adaptar, o risco de lesão é maior... Não tem jeito! A qualidade dos atletas que chegaram é ótima, só que a condição que chegaram é a que tinham para oferecer", argumentou.
Por fim, o diretor de futebol voltou a negar qualquer possibilidade de reformulação do elenco. Em suma, Caetano acredita que o Atlético não possui sequer condições financeiras para pensar em uma ruptura mais drástica.
"Claro que estamos lambendo as nossas feridas. Entendemos que nós estamos aquém e estamos em dívida, mas eu sou contra reformulação. Ruptura. Isso significa eterno recomeço. Eu sou mais do ajuste, da correção de rota, de arrumar o que não deu certo, porque a conta é cara quando se fala em ruptura", encerrou.