CEO do Atlético e da Arena MRV, Bruno Muzzi detalhou a situação atual da migração para SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Internamente, a alta cúpula do Galo trata a mudança com urgência para equilibrar a saúde financeira do clube, que possui dívida superior a R$ 1,1 bilhão.
Na última quinta-feira (1/9), Muzzi foi o convidado do podcast Superesportes Entrevista. O engenheiro abordou diversos assuntos, como a antecipação de recursos, o aumento dos custos e o estágio das obras da Arena MRV, as renegociações de dívidas, novos empréstimos, SAF e o planejamento para 2023.
A princípio, o CEO destacou que a migração para SAF está sendo "perseguida" pelo Atlético. O clube mineiro tem algo entre 15 e 20 acordos de confidencialidade - que permitem as primeiras trocas de documentos - assinados.
"Estamos com todo dever de casa pronto: já contactamos, temos NDA's (acordos de confidencialidade) assinados, temos trocas de informações. Não tem propostas. Tem conversas evoluindo. Não tem data, não tem tipo de fundo, não tem nada definido. O processo ainda fecha, vai afunilando, e ainda tem muita empresa para nos dar retorno", completou.
Muzzi ainda explicou que não é possível adiantar qualquer tipo de molde da futura negociação, já que cada perfil de investidor tem diferentes interesses nas SAF's. De toda forma, o Atlético espera angariar mais de R$ 1 bilhão com a venda.
"Ainda não tem nenhuma definição de nada da SAF. Que tipo de investidor, percentual de controle (se tem ou se não tem), data e muito menos perímetro da operação: o que entra e o que fica fora. E isso depende de cada investidor, porque tem investidor de futebol (como o Grupo City) e investidores que são fundos (parte de futebol e parte de entretenimento)", diferenciou.
Qual tipo de investidor o Atlético procura?
Muzzi garantiu que ainda não há uma definição quanto ao possível "investidor ideal", mas externou suas preferências ao Superesportes. O dirigente espera que a SAF do Atlético seja negociada com um parceiro que também empregue esforços na área do entretenimento.
"Eu gosto do investidor que tenha um pé nos Estados Unidos e um pé na Europa. Na Europa, pela expertise de futebol, categoria de base. Eu acho importantíssimo na vida do Atlético para frente. E que tenha a questão do entretenimento (EUA), de saber explorar, saber usar o esporte, tratar o produto igual numa liga. Isso me agrada muito", opinou.
Por fim, Bruno Muzzi explicou o afunilamento do processo, que ocorrerá quando houver um interesse mais concreto de algum dos grupos em negociações. O CEO salientou que a proposta precisará passar por apreciação do Conselho Deliberativo para ser aprovada.
"Você precisa fazer um procedimento chamado de process letter. Aí, a gente começa a estabelecer data. Tem tantos assinados, então, daqui para frente, quem tiver interessado precisa colocar uma proposta não vinculante. É uma proposta indicativa. Aí, tem um processo de diligência. E além disso tudo, depois, precisa levar ao Conselho, porque é quem vai definir. Olha: 'Tem esses nomes, têm essas condições. O que vocês acham?'. Aí, o Conselho é que vai decidir, como tudo no Atlético", encerrou Muzzi.