O atacante Eduardo Vargas diz se arrepender profundamente da expulsão diante do Palmeiras, na Copa Libertadores. O jogador garante que o episódio ocasionou quadro de depressão e procurou ajuda de profissionais para lidar com a situação. Em baixa, o chileno quer dar a volta por cima no Atlético.
Em forte relato ao ge.globo, Vargas relembrou o episódio da expulsão e deu sua versão sobre o ocorrido. Na ocasião, o atacante saiu do banco de reservas já na reta final do duelo de volta das quartas de final da Libertadores contra o Palmeiras, no Allianz Parque. Um dos principais cobradores de pênaltis do Galo, o chileno foi expulso e não pôde auxiliar o clube mineiro na disputa que acabou em eliminação.
"Eu sou um dos principais que podem bater um pênalti. Eu entrei com essa vontade... Acho que entrei no minuto 76. Entrei com muita vontade de querer ganhar esse jogo para não ter de disputar os pênaltis. Mas sentia que nos pênaltis eu era o principal que ia bater. Na primeira falta, para mim, não era cartão amarelo, porque eu me afastei do jogador. Na segunda, eu levei uma falta e ele (árbitro) não marcou. Então, eu perdi a cabeça, fui atrás do jogador (do Palmeiras). Acho que o Allan cometeu a falta", relembrou.
"Perdi a cabeça total. Aí fui me manifestar com o juiz. Nunca passou pela minha cabeça que ele ia me expulsar. Depois, cheguei no vestiário com a cabeça quente e totalmente arrependido de ter sido expulso", completou.
Pós-expulsão no Atlético
"Depois da expulsão, eu caí tipo na depressão. Me sentia com vontade de nada. Não queria sair na rua, não queria ir ao supermercado. Inclusive meus filhos vieram no fim de semana. A gente ficou aqui com meus amigos, filhos deles. Saímos aqui no parquinho, sendo que eu podia ter levado no shopping, sabe? Qualquer lugar para eles desfrutarem. Mas não tinha vontade, porque eu sabia que talvez o atleticano, o torcedor, ia me olhar com uma forma diferente", relembrou.
"Eu chegava no CT e me sentia meio, sabe, patinho feio? Não queria fazer nada, não tinha muita, me sentia sem vontade, sabe? Nervoso... mas, aí eles me falaram que eu ia ser punido. Depois, o Rodrigo me chamou pra falar que eu não ia pro jogo", acrescentou.
Acompanhamento no Atlético
Diante do acontecimento, Vargas procurou ajuda profissional. O atacante, agora, é auxiliado por Lincoln Nunes (preparador mental especialista em performance esportiva) e Fabiano de Abreu Argelas (neurocientista PhD em neurociências e mestre em psicologia).
"Por isso, trabalho para ele me ajudar. Estou focado em reverter toda essa situação. Tentar, nesses últimos três meses, voltar a ser convocado (relacionado pelo Cuca), e mostrar toda a vontade que eu tenho de mudar a situação. E aí, eles (Atlético) vão dizer se estou bem. Se eles me quiserem, vou ficar", completou.
Acomodação pós-2021 vitorioso
Com sinceridade, Vargas também revelou que "relaxou" após o 2021 multicampeão do Atlético. No ano passado, o atacante foi fundamental na reta final da temporada, que terminou com os títulos do Campeonato Mineiro, do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil.
"Eu acho que relaxei. Como posso explicar... Me sentia à vontade, sabe? Se eu ia mal em um jogo, não sentia o que eu sentia ano passado quando ia mal também. Ano passado, se eu fazia um jogo mal, não fazia gol, eu dava tudo na semana, eu me cuidava, me alimentava bem. Agora, também, comecei a me alimentar bem para estar no estado físico ideal que eu tinha ano passado", admitiu.
Por fim, Vargas projetou um fim de 2022 bastante diferente do momento vivido na atualidade. Ele quer deixar "outra perspectiva" para os atleticanos e para os funcionários do clube mineiro.
"Feliz. Com um novo Vargas acabando a temporada. Tentar ajudar o time a entrar nos quatro melhores do Brasileiro, para ter a vaga na Libertadores. E deixar outra perspectiva na mente do torcedor e na mente do pessoal do clube", projetou.