Atlético x Palmeiras: técnico Cuca voltou a falar sobre polêmica com Abel Ferreira (Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

A polêmica entre os técnicos Cuca, do Atlético, e Abel Ferreira, do Palmeiras, ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira (22). Em entrevista coletiva na Cidade do Galo, o comandante alvinegro tratou de colocar panos quentes na controvérsia iniciada após a classificação alviverde às semifinais da Copa Libertadores, no último dia 10.



"Essas coisas, bate-boca, sem ofensa, fazem parte do futebol. Não é por isso que você é inimigo de uma pessoa. Eu não tenho nenhum inimigo no futebol, nenhum treinador inimigo. Nunca briguei com nenhum treinador e nem vou brigar com o Abel. Quando falei o que sentia, foi uma coisa natural, sem ofensa a ninguém. E bola para frente, vida que segue", declarou Cuca.

Há uma semana, o comandante alvinegro tinha demonstrado irritação ao responder uma pergunta a respeito de uma declaração em que Abel Ferreira indicou o que Cuca deveria ter feito para ganhar o jogo da Libertadores. "Quando se ganha, tudo é perfeito. Parabéns para o Abel, parabéns para o Palmeiras", disse, ironicamente, o atleticano naquela ocasião.

"Lá em Curitiba, quando acabou o jogo, um repórter foi muito bem na pergunta que fez e me pegou despreparado, porque eu não sabia da entrevista do Abel. Então, quando ele me pegou de surpresa naquela pergunta, eu respondi com a maior naturalidade possível que um cara pode falar, mas sem ofensa a ninguém", relembrou Cuca, nesta segunda-feira.



"Eu simplesmente falei e quis deixar entendido que a vitória te dá o direito de tudo, e você tem razão. Mas se acontece a derrota, você não tem a razão. Foi isso o que eu fiz. Teve algum programa em que os caras pegaram pesado, xingaram. Não precisa disso. Eu não tive maldade e nem ofensa para ninguém, nem para o Palmeiras e muito menos para o Abel. Só falei que as vitórias dão a oportunidade de a gente se manifestar diferente do que as derrotas", continuou.

Na declaração logo após o jogo da Libertadores, Abel disse que Cuca deveria ter feito o Atlético atacar mais pelo meio, e não pelas pontas, para encontrar espaços. Nesta segunda, o comandante alvinegro disse concordar com o colega de profissão.

"O Abel, em muita coisa que falou, tem razão. Quando ele falou que eu não consegui atacar as extremas, que estavam bem fechadas, e que eu deveria ter atacado mais por dentro, nas costas dos volantes dele, ele tem toda a razão. Foi o que tentei com o Sasha, foi o que tentei com a entrada do Nacho, mas nós não achamos esse espaço", pontuou.



Dugout


A polêmica


Em resumo, a polêmica se iniciou quando Abel Ferreira indicou o que Cuca deveria ter feito para que o Atlético conseguisse vencer o bloqueio defensivo do Palmeiras. Na ocasião, o time paulista jogou a maior parte da partida de volta das quartas da Libertadores em inferioridade numérica, mas ainda assim manteve o 0 a 0 e ganhou nos pênaltis.

Cuca falou sobre a declaração do treinador português dias depois, logo após a vitória atleticana por 1 a 0 sobre o Coritiba, em Curitiba, pelo Campeonato Brasileiro. Perguntado sobre o tema, o técnico alvinegro demonstrou irritação. "Quando se ganha, tudo é perfeito. Parabéns para o Abel, parabéns para o Palmeiras", disse, ironicamente.

Entre uma resposta e outra, os técnicos Mano Menezes, do Internacional, e Jorginho, do Atlético-GO, deram declarações contrárias a Abel Ferreira. O palmeirense foi novamente questionado sobre o tema nesse domingo, após o empate sem gols com o Flamengo, e colocou panos quentes na discussão.



"Dentro da competição, eu tenho que atropelar. No jogo, eu não quero saber quem está do outro lado. É o meu adversário e a minha intenção é ganhar. Fora, são outros quinhentos. Fora, eu não tenho problema com ninguém. Estou em paz comigo e com os outros", pontuou.

Leia a resposta completa de Cuca


"A gente já jogou oito vezes contra, são bastante empates, perdi aquela com o Santos no finalzinho daquela Libertadores e ganhamos uma aqui, os demais foram todos jogos iguais. É até bom que você me pergunte para eu poder falar com franqueza, como sempre fiz.

Lá em Curitiba, quando acabou o jogo, um repórter foi muito bem na pergunta que fez e me pegou despreparado, porque eu não sabia da entrevista do Abel. No outro dia ao que perdemos o jogo, a gente levantou cedo, nem dormi direito, e veio para cá tentar se organizar da melhor forma para jogar com o Coritiba e não me ative à entrevista coletiva do Abel. Ele (o repórter), naquele jogo lá em Curitiba, me falou da entrevista.



Eu não sabia, juro para você que não sabia. Nem o Cássio (Arreguy), assessor de imprensa, me falou. Eu falei para o Cássio depois: ‘Deveria ter me falado, Cássio’. Então, quando ele me pegou de surpresa naquela pergunta, eu respondi com a maior naturalidade possível que um cara pode falar, mas sem ofensa a ninguém. Eu simplesmente falei e quis deixar entendido que a vitória te dá o direito de tudo, e você tem razão. Mas se acontece a derrota, você não tem a razão. Foi isso o que eu fiz.

Teve algum programa em que os caras pegaram pesado, xingaram. Não precisa disso. Eu não tive maldade e nem ofensa para ninguém, nem para o Palmeiras e muito menos para o Abel. Não ofendi ninguém. Só falei que as vitórias dão a oportunidade de a gente se manifestar diferente do que as derrotas. Isso é normal na nossa vida. Eu sou acostumado a ganhar e mais acostumado ainda a perder, porque as derrotas te marcam muito mais do que as vitórias. Quando ganha, você toma um vinhozinho e comemora, mas já está pensando no amanhã. Derrota, quando é eliminatória, não tem o amanhã, não tem sono. Você remói: ‘Por que isso, por que aquilo?’.

O Abel, em muita coisa que falou, tem razão. Quando ele falou que eu não consegui atacar as extremas, que estavam bem fechadas, e que eu deveria ter atacado mais por dentro, nas costas dos volantes dele, ele tem toda a razão. Foi o que tentei com o Sasha, foi o que tentei com a entrada do Nacho, mas nós não achamos esse espaço. Uma que achou, o Hulk chutou fora, e uma outra o Jair acabou cabeceando fora. Foram poucas as oportunidades que a gente achou, porque eles fecham bem e ainda têm a velocidade do contra-ataque, que mesmo com um a menos fica perigoso.



É uma coisa que hoje, você vendo assim, é quase natural, mas essas coisas, bate-boca, sem ofensa, fazem parte do futebol. Não é por isso que você é inimigo de uma pessoa. Eu não tenho nenhum inimigo no futebol, nenhum treinador inimigo. Nunca briguei com nenhum treinador e nem vou brigar com o Abel. Quando falei o que sentia, foi uma coisa natural, sem ofensa a ninguém. E bola para frente, vida que segue."