Para o jogo contra o Emelec, em Guayaquil, pela Copa Libertadores, o Atlético teve que se preocupar com a segurança da delegação alvinegra, que chegou ao país na noite de domingo (25). Isso porque o Equador vive protestos e greves desde o dia 13 de junho, convocados pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) e outros grupos sociais.
Nesta segunda-feira (27), haverá reunião entre representantes da Conmebol, do Atlético e do Emelec no estádio George Capwell sobre o esquema de segurança para a partida. O duelo internacional será realizado na terça (28), às 19h15, em Guayaquil, no Equador, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores. A partida de volta será realizada no dia 5 de julho, às 19h15, no Mineirão.
Protestos
A principal insatisfação é com a política econômica do presidente Guillermo Lasso, eleito em 2021. Os equatorianos sentiram no bolso o aumento da inflação dos alimentos e o preço da gasolina. Os protestos começaram de forma pacífica com o bloqueio de rodovias federais, em especial na região amazônica do Equador.
Posteriormente, as manifestações se espalharam para todo o país, levando o presidente conservador e ex-banqueiro Lasso a decretar estado de exceção nas regiões de Pichincha, Cotopaxi, Imbabura, Tungurahua, Chimborazo e Pastaza. O decreto também proíbe a liberdade de reunião e associação.
Depois das medidas, muitos protestantes começaram a pedir a saída do presidente Guillermo Lasso. Conforme a imprensa equatoriana, ele tem a maioria no Congresso para barrar um processo de impedimento legal.
Depois das medidas, muitos protestantes começaram a pedir a saída do presidente Guillermo Lasso. Conforme a imprensa equatoriana, ele tem a maioria no Congresso para barrar um processo de impedimento legal.
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Mortos e feridos
A cidade de Guayaquil registrou manifestações pacíficas. A capital Quito é um dos pontos de explosões de violência. Ao todo, quatro mortes já foram confirmadas em todo país. Cerca de 150 manifestantes já foram presos e 200 ficaram feridos, de acordo com a imprensa local.
A polícia diz que 177 policiais uniformizados foram atingidos durante o trabalho. Além disso, soma-se seis Unidades Policiais Comunitárias (UPC) destruídas, assim como 11 viaturas policiais e sete motocicletas - outros 56 carros e 10 motos da PM tiveram danos materiais.
A polícia diz que 177 policiais uniformizados foram atingidos durante o trabalho. Além disso, soma-se seis Unidades Policiais Comunitárias (UPC) destruídas, assim como 11 viaturas policiais e sete motocicletas - outros 56 carros e 10 motos da PM tiveram danos materiais.
O governo dos Estados Unidos emitiu um aviso pedindo aos viajantes que reconsiderassem visitas ao país devido a "agitação civil e crime".
Até o Papa Francisco chegou a se pronunciar sobre os protestos. "Estou próximo do povo do Equador e encorajo todas as partes a abandonarem a violência e as posições extremas. Só com o diálogo será possível encontrar - espero em breve - a paz social".
Relatos de um equatoriano
Em contato com o Superesportes, o jornalista equatoriano Antonio Ubilla disse que a situação em Guayaquil é menos problemática.
"Para a partida em Guayaquil não há nenhum inconveniente. Durante todos estes lamentáveis incidentes de revoltas e problemas nas ruas contra o governo, em Guayaquil não se viu um incidente violento. Guayaquil, para além dos problemas com desabastecimento de alguns produtos por causa dos bloqueios de rodovias, tem paz e tranquilidade, não houve inconvenientes com os serviços básicos. Há voos sem nenhum problema chegando e saindo de Guayaquil - houve um problema com voos para Quito, mas por causa dos problemas em Quito durante alguns dias", disse.
A rádio Pichincha acompanhou e disponibilizou nas redes manifestações pacíficas em Guayaquil, que fica na região oeste do Equador, banhada pelo oceano Pacífico, com cerca de 2,7 milhões de habitantes.