Atlético e Flamengo disputam a Supercopa do Brasil neste domingo (20), às 16h (de Brasília), na Arena Pantanal, em Cuiabá. Em um jogo com duas das equipes mais fortes do Brasil, quem é o favorito?
O Superesportes conversou com nove comentaristas, que projetaram uma disputa equilibrada pela taça e destacaram fatores que podem decidir o título. Veja as opiniões:
PVC (SporTV)
"Acho que o Atlético está um pouco melhor, porque ele mantém uma estrutura tática do ano passado, enquanto o Paulo Sousa faz um processo de transformação tática da equipe, que não é confuso, mas é complexo. O Atlético chega um pouco mais pronto, mas a torcida do Flamengo vai ser maioria em Cuiabá".
Bob Faria
"Acho que o Atlético é favorito. Apesar de ambos estarem em início de temporada, o Galo já tem uma herança muito boa da outra temporada. O Flamengo ainda está muito indefinido. De qualquer forma, é um bom embate em campo, apesar das polêmicas fora dele".
Cláudio Arreguy (Blog Ultrajano)
"Só para contextualizar, a Supercopa é uma disputa tradicional nos países europeus. Um jogo, em local previamente escolhido, entre o campeão nacional e o da Copa do país. Às vezes acontece de um mesmo time ganhar as duas competições e, no caso, enfrentar o vice-campeão nacional, como ocorrerá aqui no Brasil. Como temos um calendário estrangulado, acho que esse jogo deveria também ser o de abertura do Campeonato Brasileiro, em data isolada (tipo sexta-feira à noite), no campo do campeão brasileiro, por ser título de maior peso do que o da Copa do Brasil.
Quanto à decisão de 2022, vejo o Atlético com algum favoritismo. Embora ambos ainda procurem se adaptar aos novos treinadores e ainda não tenham feito exibições de encher os olhos neste início de temporada, acho que o Galo está mais inteiro, não sofre com contusões de titulares como sofre o Flamengo. Evidentemente, qualquer resultado que não uma goleada pode ser considerado normal, mas, para mim, o time atleticano tem, em princípio, maiores condições de vencer essa competição".
Marcos Paulo Lima (Correio Braziliense)
"O Atlético é favorito. Os dois times administram o impacto da mudança de técnico na virada da temporada, mas o efeito colateral das transformações me parece menor no atual campeão do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil do que no atual bicampeão da Supercopa. O argentino Antonio Mohamed mexeu pouco na estrutura herdada de Cuca. Perdeu Alonso, mas ganhou dois belos reforços: Otávio e Diego Godín. O Flamengo passa por um processo de mudança de conceito. O time não usava a linha de três defensores desde o teste na marra feito por Rogério Ceni no empate por 2 x 2 com a LDU, em 20 de maio de 2021, pela fase de grupos da Libertadores. O encaixe desse sistema tático e sua dinâmica são demorados. Alguns jogadores ainda estão tateando suas novas funções e isso pode ser um ponto favorável ao modelo consolidado do Galo na decisão de domingo, em Cuiabá".
Cadu Doné
"Muita expectativa para o confronto. A rivalidade histórica foi aguçada pela rivalidade entre as diretorias atuais e pelo fato de Atlético e Flamengo terem os melhores times do Brasil. Acho que essas duas realidades atuais motivam ainda mais uma rivalidade histórica. E palpite para o jogo, quem é favorito, para mim não é ficar em cima do muro.
Há, realmente, um equilíbrio, com 50% (de chance) para cada lado. E o raciocínio é o seguinte: os dois times passaram por mudanças de treinador no início desta temporada, tem uma amostragem muito pequena com seus respectivos técnicos. O que poderíamos espremer e absorver do que conhecemos de Atlético e Flamengo, do fim da temporada passada, isso, de certa forma, não se anula completamente, mas também não dá as caras claramente, porque o Cuca saiu, o Flamengo também trocou de treinador.
Os dois times inteiros e com os trabalhos sólidos dos treinadores, teríamos um equilíbrio. Hoje temos um equilíbrio em outro contexto, por outro motivo. São dois times individualmente muito bons, mas que coletivamente ainda não podem ser avaliados com seus novos treinadores, porque, repito, a amostragem de ambos foi muito pequena e com um nível ruim dos Estaduais".
Kelen Cristina (Estado de Minas/Superesportes)
"O jogo tem muitas similaridades para Atlético e Flamengo. Ambos estão em início de trabalho com um novo treinador e contam com jogadores de qualidade que, individualmente, podem resolver o jogo em um lance. Talvez haja leve vantagem para o Atlético, porque El Turco Mohamed preservou boa parte da equipe que o Cuca deixou. Mas o resultado é imprevisível".
Léo Bertozzi (ESPN)
"Acho que a Supercopa é um tira-teima muito legal para esse começo de ano. Claro que há títulos muito mais importantes para serem disputados na temporada, e está longe de ser um grande problema não conquistar o título. É um jogo que sempre tem a rivalidade à parte, Atlético e Flamengo nunca vale pouco, e uma rivalidade que se acirrou nos últimos anos, porque os dois competiram pelos principais títulos, e isso tudo entra em campo sim.
Temos que considerar que são dois técnicos em início de trabalho, e isso pesa. Mas também acho importante lembrar que o Flamengo precisa de uma reestruturação maior do que o Atlético precisa agora.
O trabalho do Atlético é tentar não mexer muito no que já estava dando certo, no que levou as duas conquistas mais importantes da última temporada (Brasileiro e Copa do Brasil).
Um jogo só é muito difícil de prever, equilíbrio, não acho impossível que esse jogo seja decidido no detalhe, por um gol, ou mesmo que vá para os pênaltis, então acho que o atleticano deve se preparar para um domingo de muitas emoções".
Mário Marra (ESPN)
"Acho que é difícil a gente falar de favoritismo em um jogo entre Atlético e Flamengo. Vai ser raro o dia que a gente vai apontar que tem um favorito destacado em um confronto desse nível, principalmente pelo que os dois têm feito nos últimos anos. A gente tem que pensar assim: esse jogo vale muito como avaliação, como marco, para os dois treinadores. Porque uma coisa é se desafiar contra o Fluminense, se desafiar contra o América, que foram adversários dos dois, e a outra coisa é ir à exaustão contra um candidato a tudo, assim como a gente.
Acho que o Paulo Sousa pensa isso, e o Mohamed pensa a mesma coisa. Para mim é um marco na temporada daqueles assim: 'bom, vou fazer uma maratona daqui algum tempo, então, vou ter que, em algum momento, me desafiar a fazer uma meia maratona. Em algum momento eu vou ter que me desafiar a correr em situações adversas, que vão exigir muito do meu corpo'. Hoje, ainda não é a maratona. A maratona é no final da temporada. Mas, hoje é um treinamento para essa maratona que é muito importante. É uma meia maratona muito importante.
Então, é importante para o Paulo Sousa, para o 'Turco' Mohamed, que um consiga desafiar o outro. Especialmente, um consiga entender em que parte do percurso ele está bem. Como o corpo se adapta até esse momento. Que conceito tem sido assimilado. Porque o adversário é muito duro, é muito pesado. Então, acho que vale mais por isso. Se a gente pensar em início de trabalho, o início do Mohamed tem menos compromisso com mudanças e muito mais acentuado com: 'vamos tentar manter a estrutura da temporada passada'. Já o do Paulo Sousa, tende a ser completamente diferente do segundo semestre do Flamengo, e do que foi o Flamengo nos últimos anos. Inclusive, muito diferente também do Jorge Jesus.
Ele tem mudado muito, tem mudado os conceitos do time. Tem jogado com três zagueiros, coisa que o Flamengo não faz há muito tempo. Tem utilizado algumas vezes laterais, como o Isla e como o Filipe Luís, como zagueiros pelos lados. Acho que esse é um teste bastante interessante para a gente observar. O Filipe Luís tem jogado mais por ali. Movimentação dos homens de ataque. O Gabigol não funciona como um '9' especificamente. Ele já ficou ao lado do Arrascaeta, atrás do Arrascaeta, com o Arrascaeta mais próximo do gol... Então assim, são movimentos iniciais, e os dois vão se testar".
Pedro Bueno (Bola Pra Frente)
"Normalmente, todas as partidas de Supercopa ao redor do mundo são marcadas por times que estão longe do ritmo de jogo ideal, até porque é o primeiro grande compromisso da temporada. E isso vale para Atlético e Flamengo, mas a falta de ritmo ainda é agravada pela mudança de treinadores.
Depois de ser o melhor time do Brasil em 2021, o Atlético quer mais uma taça, agora sob comando de El Turco Mohamed, treinador que, aparentemente, não rompeu tanto com as ideias de Cuca. Por outro lado, Paulo Sousa encontrou um Flamengo bastante pressionado após um fim de ano frustrado e está inserindo as suas ideias, as quais são bem diferentes dos conceitos de Renato Gaúcho, o seu antecessor. Até por essa transição mais sutil e pela fome de títulos de Hulk, Arana e companhia, o Atlético tem um certo favoritismo e deve abrir o ano com o pé direito".