Cuca viveu momentos de tensão e alegria extrema na Arena Fonte Nova (Foto: Pedro Souza / Atlético)

O alívio e alegria pela conquista do bicampeonato brasileiro pelo Atlético foram precedidos por momentos de muita tensão, tanto no jogo histórico como nos dias anteriores a ele. A virada épica sobre o Bahia (2 a 3), na Arena Fonte Nova, tem bastidores ainda desconhecidos por muitos. O técnico Cuca, um dos autores da obra que pôs fim ao jejum de 50 anos, revelou alguns deles neste sábado (4) numa comemoração que reuniu comissão técnica, equipe de suporte e amigos. 




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No encontro reservado, o treinador ainda fez questão de lembrar do drama que foi ter a mãe internada com COVID-19 nos dias decisivos para seu retorno ao Galo. Ela, inclusive, receberá homenagens neste domingo (5) na partida contra o Bragantino. Com Mineirão lotado, Nilde Stival entrará em campo com o filho. 

"Como a gente viveu esse ano inteiro, acordando aqui de madrugada e pensando 'meu Deus, será que vamos ser campeão? Será que o Flamengo vai chegar? Será que o Palmeiras vai chegar?' Hoje a gente está aqui comemorando um título numa véspera de um jogo. A gente reuniu toda a comissão técnica, os seguranças... É para falar que não é fácil", disse Cuca. 

O técnico atleticano ainda deu detalhes de como foram os dias com a mãe internada e de sua decisão de voltar ao Atlético. "Um pouco antes eu tinha falado com a mãe, antes de ela ir para a UTI. Minha mãe me falou: 'Vai, vai que você vai ser feliz'. E eu lembrei disso, eu vim. Hoje a gente está sendo campeão brasileiro, depois de 50 anos, e minha mãe vai entrar em campo comigo amanhã (hoje, domingo) no Mineirão. Vocês estão com a camisa de Nossa Senhora, que eu tenho hoje porque é ela quem age em nossa vida, né? Deus é maravilhoso para nós", desabafa Cuca. 




Jogo contra o Bahia

Cuca também contou bastidores dos momentos de tensão na partida histórica contra o Bahia. "E quinta-feira nós estávamos lá na Bahia. E vamos ser campeão? 1 a 0 zero para o Bahia, 2 a 0 para o Bahia. Eu encostei no Cuquinha e perguntei: O que eu faço? 'Eu não sei'", revela. A camisa do técnico parecia estar a mil segundo seu próprio relato. "E pesando assim: hoje é quinta-feira, nós vamos jogar domingo contra o Bragantino. O time vai estar cansado. O Bragantino jogou terça, vai estar descansado. Nós não vamos ganhar do Bragantino. E vamos jogar a última contra o Grêmio. Nós vamos perder um título desse?", indaga. 

As substituições, porém, mudaram o roteiro do jogo. "E aí acontece assim: entra o Nathan e entra o Sasha. E, de repente, o Nathan dá um passe para o Sasha e pênalti. Puff! Aí o Nathan dá um passe para o Keno. Um empate, aí jogamos por um empate em casa. Está bom. Tira! Gol do Keno, 3 a 2. Gente, em cinco, sete minutos... Quem é que em casa não chorou? Então não é atleticano. Porque, quem é, chorou", garante Cuca. 
 
 

Por fim, diante de todos, o treinador revela o fator determinante que levou à conquista da taça. "As coisas estão acontecendo porque nós somos uma família unida. Ninguém é maior do que o outro. A gente é comum, simples, e sempre valorizando a Deus e Nossa Senhora. E que Deus abençoe esse final de ano", completa. 




Atlético e Bragantino jogam neste domingo (5), às 16h, no Mineirão, pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com o título assegurado, o Galo segue a comemoração com a torcida, agora no estádio. Já o Massa Bruta quer selar de vez a vaga na Copa Libertadores. O time do interior paulista está bem perto de seu objetivo. Segundo o Departamento de Matemática da UFMG, o Bragantino tem 99,31% de chances de ir ao torneio continental em 2022.