Torcedores festejam bicampeonato do Galo na Praça Sete, na manhã desta sexta (Foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)

Belo Horizonte amanheceu como "dormiu": só dá Galo. O que mais se vê são camisas, bandeiras e faixas do Atlético, que se sagrou campeão da Série A do Campeonato Brasileiro nessa quinta-feira ao vencer o Bahia por 3 a 2, na Fonte Nova, em Salvador, em jogo atrasado da 32ª rodada.




A festa é continua: a todo instante, carros buzinam e pessoas soltam o grito se "Galo" e "bicampeão". A mistura com o ritmo cotidiano acalmou um pouco os ânimos, mas o clima ainda é de festa.

O Superesportes esteve nesta manhã na Praça Sete de Setembro, coração da cidade, na Região Central da capital de Minas Gerais. O contraste foi evidenciado no caso de Paulo Roberto de Jesus, de 43 anos.

O oficial de manutenção aguardava um ônibus e, enquanto isso, tirava fotos com o trio elétrico que embalou a festa do Galo. Ele, que escolheu a dedo a camisa atleticana para o dia, acabou dispensado do serviço nesta sexta por conta da greve dos motoristas.



 
"É o melhor time do mundo, é o Galão. Depois de 50 anos, é forte. Não fiquei na festa aqui, cheguei aqui agora, mas não sei até que hora vou não. Não tem ônibus, agora é só segunda-feira", disse.

Outro que passou pelo local foi o lanterneiro Marcelo de Souza, de 45 anos. O atleticano disse que o Galo também vencerá a Copa do Brasil, torneio que decide em 12 e 15 de dezembro, contra o Athletico Paranaense.
 
"Estou indo trabalhar agora e passei para tirar uma foto aqui. Depois de 50, agora é Copa do Brasil, com certeza. Ontem fiquei emocionado demais, chorei demais, eu e meu menino dentro de casa, felizes até agora pelo Galo ser campeão, tamo junto Galo", disse.



 

Torcedores comemoram com faixas e bandeiras o título brasileiro (Foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)

Enfermeiras, Cláudia de Souza e Maria Helena de Jesus viraram a noite no hospital e, somente na manhã, puderam comemorar nas ruas. "Viemos rápido, o ônibus passou e paramos aqui para tirar uma foto no trio, comemorando. Muito felizes, demais da conta. Lá não pode gritar não, mas agora é só alegria". 

O clima era bem diferente da insana madrugada. Neste ponto, a festa começou logo após a vitória em Salvador, por volta das 22h, e terminou somente às 5h, com o fim do show do cantor Bell Marques e a passagem dos jogadores no caminhão do Corpo de Bombeiros. 

Já em frente à sede de Lourdes, foi possível escutar o buzinaço e diversos torcedores com a camisa do Atlético. A atleticana Fernanda Almeida, de 31 anos, falou sobre a emoção que teve na partida dessa quinta-feira e fez questão de ressaltar, "se não for sofrido, não é Galo".

"50 anos, nossa, foi dolorido, mas valeu a pena. Se não fosse sofrido não era Galo. Não vi o gol (do título), porque meu coração não aguenta. Mas o jogo foi sofrido. Galão, né!?", afirmou.